São Paulo, domingo, 15 de julho de 2007

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Painel

Prospecção

Após a descoberta que uma das empresas investigadas pela Operação Águas Profundas, da Polícia Federal, foi doadora do PT nas eleições, o DEM vai tentar usar a CPI das ONGs, que hiberna no Senado, para investigar os contratos da Petrobras. A tática para lançar a estatal à berlinda é, inicialmente, pedir análise de repasses feitos por ela a organizações não-governamentais. A avaliação de líderes do DEM é que, depois disso, haveria brecha para ampliar o foco e investigar contratos da empresa e os vínculos com o PT.
O partido já tem, inclusive, uma lista de tópicos para abordar, entre eles os contratos com a GDK, com prestadoras de serviços ligadas ao ex-secretário do PT Sílvio Pereira, e repasses feitos à CUT.

Mal-estar. A Operação Águas Profundas pegou de surpresa quase toda a diretoria da Petrobras. Em caráter reservado, os diretores se queixam pelo fato de o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que sabia da investigação, não ter comunicado ao restante do colegiado.

Ausência. Renan Calheiros (PMDB-AL) era aguardado pelo cerimonial que organizou a cerimônia de abertura do Pan no Rio. Precavido, o presidente do Senado evitou comparecer ao evento. "Ia levar uma vaia maior que a do Lula", afirma um parlamentares que estava no Maracanã.

Trio parada dura. Os fiéis escudeiros de Renan no PMDB foram apelidados de MCC: "Microfone, Chinelo e Cabelo". São Almeida Lima (SE), com seus discursos veementes, Gilvam Borges (AP), que só usa sandálias, e Wellington Salgado (MG), famoso pelas madeixas volumosas.

Déjà vu. Diante da tática de retardar o desfecho do caso, um senador do DEM vê semelhanças nas manobras de Renan com o processo de cassação do ex-deputado José Dirceu: "O próximo passo vai ser recorrer ao STF", prevê.

Em casa. No jantar de desagravo com prefeitos alagoanos na semana passada, Renan prometeu aos conterrâneos que fará um périplo pelo interior do Estado durante o recesso do Congresso. Disse que, em meio ao sufoco, é hora de buscar "força nas bases".

Contrabando. A assessoria técnica do PSDB preparou um documento contestando a inclusão na LDO, pelo governo, de R$ 1,1 bilhão, sem detalhamento, ao plano de investimentos prioritários. Segundo os tucanos, o adendo foi feito depois da votação da proposta na Comissão de Orçamento.

Inchaço. Apesar das restrições impostas pelo TSE, pelo menos dois partidos nanicos seguem em regime de engorda na Câmara: a bancada do PSC, após formar bloco com o PMDB, já tem dez deputados. O PRB, do vice-presidente José Alencar, soma três.

Consolo. Com seu projeto de reeleição ameaçado pela provável candidatura do tucano Geraldo Alckmin, Gilberto Kassab (DEM) comemorou pesquisa Vox Populi do dia 5. Nela, sua gestão é aprovada por 33% dos paulistanos. E o prefeito saiu do vermelho, diz o levantamento: a nota média dos mil entrevistados foi 5,17.

Avulsos. Antonio Palocci, José Genoino e Aloizio Mercadante, estrelas do PT historicamente ligadas ao antigo Campo Majoritário, não entraram em nenhuma das chapas formadas para o Congresso do partido, em agosto.

Vento sul 1. O ex-Campo Majoritário deve se unir a outras correntes do PT numa frente para tentar tirar das mãos dos grupos de Tarso Genro, Olívio Dutra e Raul Pont, que selaram aliança inédita, o domínio do partido no Rio Grande do Sul.

Vento sul 2. A frente dará apoio à deputada Maria do Rosário na disputa com o ex-ministro Miguel Rossetto pela vaga de candidato na eleição a prefeito de Porto Alegre.

Tiroteio

Para quem se acostumou com platéias preparadas, não deve ser fácil enfrentar a realidade de um Maracanã lotado.


Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE) sobre o fato de o presidente Lula ter desistido, sob vaias, de ir ao microfone para abrir oficialmente os jogos Pan-Americanos do Rio.

Contraponto

Fazendo hora

A sessão do Senado do último dia 5 já estava acabando quando Gilvam Borges (PMDB-AP), no comando da Mesa, foi avisado da iminente renúncia de Joaquim Roriz (PMDB-DF). Eduardo Suplicy (PT-SP) terminava um discurso sobre de seu projeto de renda mínima, mas era necessário manter a sessão para esperar a carta do peemedebista. Wellington Salgado (PMDB-MG) fez um aparte:
-Senador, eu gostaria de entender melhor o projeto.
Depois de intenso debate, Suplicy tentou concluir. Ainda à espera da carta, Gilvam lhe deu mais 20 minutos. O petista se animou, mas foi interrompido em seguida.
-Senador, agora encerre, porque acaba de chegar um assunto de relevância nacional -, anunciou Gilvam.


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