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Empresa está em dia com obrigações fiscais, diz diretor
Sindicato das companhias de transporte público do DF não se manifestou; advogado informou que Roriz está em viagem
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Setransp, sindicato das
empresas de transporte público do DF, não respondeu aos
questionamentos feitos pela
Folha sobre ausência de licitações, indícios de oligopólio e recebimento de benefícios do governo de Joaquim Roriz.
Questionada por escrito sobre sete itens, a Viação Planeta,
da família de Nenê Constantino, afirmou apenas, por meio
do diretor de planejamento,
Maurício Moreira, que "a empresa está absolutamente em
dia com todas as suas obrigações fiscais, e que o senhor
Constantino de Oliveira não
tem nenhum vínculo societário
ou administrativo com a empresa desde 1986".
A Folha tentou falar na sexta-feira com a assessoria de imprensa e a chefia de gabinete
que atendia a Roriz, por meio
de seus telefones celulares,
mas não conseguiu. O advogado contratado por Roriz, Aristides Junqueira, afirmou que seu
cliente havia viajado para realização de exames.
O atual secretário de Transportes de Brasília, Alberto Fraga, disse que o governo está tomando "uma série de medidas"
para mudar o atual quadro, como "a retomada da gestão do
transporte público", por meio
de projeto enviado à Câmara
Legislativa, e aumento da fiscalização sobre serviço prestado.
Segundo ele, o governo está
"investigando se realmente
houve omissão na cobrança de
multas por parte dos fiscais nas
gestões anteriores", além de
denúncias de que fiscais "aceitavam suborno e cobravam
propina". "Vários processos
administrativos estão em curso. Se as irregularidades forem
provadas, os responsáveis serão punidos."
Fraga afirmou que a licitação
de 1.900 ônibus e de 450 microônibus está prevista em
programa a ser financiado pelo
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento), que prevê
ainda a modernização da frota.
Sobre a liminar de dezembro
de 2005 cancelando a lei que
prorrogava as permissões sem
licitação, o secretário afirmou
que determinou "a imediata
abertura de concorrência para
substituir as permissões vencidas", que só perdurarão, de
acordo com ele, até serem outorgadas as novas.
O secretário corroborou a
avaliação do Ministério Público de que Brasília possui "um
dos piores e mais caros sistemas de transporte público do
país", mas disse estar tomando
"medidas duras que vão contra
os interesses dos empresários
de ônibus". "E eles estão resistindo porque sempre tiveram o
controle da gestão. Mas isso vai
acabar em breve", afirmou.
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