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SUCESSÃO
Campanha curta força PT a planejar poucos comícios, que só devem começar depois do horário eleitoral na TV
Lula decide fazer viagens "temáticas"
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
Na tentativa
de correr contra
o relógio que
marca o tempo
da mais curta
campanha eleitoral do país, o
candidato do PT
à Presidência, Luiz Inácio Lula da
Silva, vai pautar sua agenda, a partir da próxima semana, em cinco
temas: agricultura, saúde, emprego, educação e política industrial.
São praticamente os mesmos temas que nortearam o programa de
governo do candidato Fernando
Henrique Cardoso em 1994, cujo
principal símbolo era uma mão
espalmada em que cada um dos
dedos significava um assunto:
agricultura, saúde, educação, emprego e segurança pública.
As viagens de Lula serão preparadas tendo como base a discussão
dessas questões. No lugar da segurança, entrou a política industrial.
"Precisamos criar fatos, visitando cidades que tenham simbologia", afirma o coordenador de
agenda e mobilização da campanha de Lula, Delúbio Soares.
Um exemplo dessa simbologia é
a visita que o candidato fará, nesta
sexta, à cidade de Irecê, na Bahia.
Irecê é o maior produtor de feijão do Nordeste e, com a quebra
da safra 97/98, os agricultores passam dificuldades.
A agricultura estará de novo no
centro das atenções na próxima
semana, quando o candidato participa do "Grito da Terra" em
Brasília, ato organizado pela Contag (Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura).
Também na semana que vem,
Lula deve ter um encontro com o
líder sul-africano, Nelson Mandela, que estará no Brasil.
Os périplos temáticos vão tomar
conta da agenda do candidato até
o dia 18 de agosto, data do início
do horário eleitoral gratuito.
A discussão dos temas nas viagens servirá como subsídio para o
detalhamento do programa de governo, que será apresentado no
horário eleitoral.
Por causa da campanha curta
-cerca de três meses -, estão
previstos poucos megacomícios,
que só devem começar depois do
início da propaganda na TV.
Com pouco dinheiro no caixa, a
estratégia é concentrar a campanha nos cem maiores municípios
do país.
Apesar disso, será montada uma
estrutura mínima de campanha
em todas as cidades brasileiras.
O comitê central de Lula deve ser
inaugurado em São Paulo no sábado. A casa tem 17 cômodos e foi
pintada com as cores da bandeira
nacional.
A privatização da Telebrás, outro assunto recorrente na campanha de Lula, será debatida na sede
do PT em São Paulo na próxima
segunda-feira com empresários e
sindicalistas.
Apoios
O PT quer ampliar sua base de
apoio sindical.
Além da CUT (Central Única dos
Trabalhadores), os petistas tentam atrair o apoio de outras centrais, como a CGT (Confederação
Geral dos Trabalhadores), que teve entre seus fundadores o ex-ministro do governo Collor Antônio
Rogério Magri.
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