São Paulo, quarta, 15 de julho de 1998

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SUCESSÃO
Dos cinco que concorrem ao governo, quatro estão com pedidos de impugnação de suas candidaturas no TRE
Em Alagoas, eleição vira disputa judicial

ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió


A sucessão do governador de Alagoas, Manoel Gomes de Barros, (PTB) transformou-se em um batalha judicial. Dos cinco candidatos que concorrem ao cargo, quatro estão com pedidos de impugnação de suas candidaturas registrados no TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
O governador, candidato à reeleição, foi denunciado por aliados do ex-presidente Fernando Collor, que lançou o primo e ex-deputado Euclydes Mello ao governo.
Segundo a denúncia, Barros cometeu abuso de poder político ao colocar sua mulher, Jane Lamenha Gomes de Barros, e a candidata a vice, deputada do PSDB Ceci Cunha, para distribuir cestas arrecadadas pela LBV (Legião da Boa Vontade) para flagelados da seca.
"Como os bandidos que praticam crimes com fardas de policiais, os políticos usaram as camisetas da LBV para esconder a fraude eleitoral que praticaram", disse o autor da denúncia, o promotor e candidato a deputado estadual, Luiz Barbosa Carnaúba (PPB).
"A primeira-dama estava apenas trabalhando. Não pediu votos para ninguém", disse o secretário de Comunicação do Estado, Flávio Gomes de Barros.

"Inelegível"

O PV, que está na coligação que apóia a candidatura do ex-prefeito de Maceió Ronaldo Lessa (PSB), e o ex-advogado do governador Barros, Márcio Guedes, tentam impugnar a candidatura do "collorido" Euclydes Mello.
Nos recursos, eles sustentam que Euclydes Mello é inelegível devido ao fato de ele não ter deixado a superintendência da Organização Arnon de Mello, que reúne as nove empresas de comunicações da família, seis meses antes da cargo, como determinaria a lei complementar 64/90.
"Eles estão com medo do crescimento de minha candidatura. Só deixei o cargo no dia 12 do mês passado para poder me dedicar integralmente à campanha", afirmou Euclydes Mello.
A candidatura ao governo do PSL, que tenta impugnar Lessa, também poderá ser impugnada. Recurso do PV sustenta que o candidato Adeilson Bezerra Teixeira (PSL) não deixou o cargo de gerente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos quatro meses antes do pleito, como prevê a legislação.
Líder em todas as pesquisas e com possibilidade de vencer no primeiro turno, Lessa é o único dos candidatos que já teve o pedido de inelegibilidade votado pelo TRE. Venceu por quatro a dois, mas o caso está no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).



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