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Ciro compara venda de
teles a "Macunaíma"
BERNARDINO FURTADO
da Reportagem Local
O candidato da coligação PPS-
PL-PAN à Presidência da República, Ciro Gomes, chamou ontem,
em São Paulo, o processo de venda
do Sistema Telebrás de "privatização Macunaíma".
A comparação é uma referência
aos paradoxos e contradições da
história brasileira encarnados por
Macunaíma, personagem central
do romance homônimo do escritor paulista Mario de Andrade.
Segundo Ciro, a promessa de financiamento do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) para a compra de equipamentos de telefonia
pelos futuros donos do Sistema
Telebrás, noticiada pela Folha ontem, é um contra-senso.
Ciro argumenta que a principal
justificativa dada pelo governo federal para privatizar o setor de telecomunicações é justamente a
atração de investimentos privados, especialmente estrangeiros
para melhorar o serviço no país.
"É uma privatização Macunaíma porque vai ser feita com dinheiro público e no pior momento
em que o valor das ações da Telebrás nas Bolsas está num patamar
muito baixo", afirmou Ciro.
Depois do fracasso na tentativa
de conseguir apoio formal do PSB,
do PV e do PTB, Ciro deu mostras
ontem de ter perdido as esperanças de conseguir o engajamento de
líderes do PMDB não-governista.
O principal deles é o ex-presidente
Itamar Franco, candidato a governador de Minas Gerais.
"Moralmente, acho que o Itamar tinha deveres comigo. Vou
atrás do apoio dele, mas, se não
der, paciência."
A partir de amanhã, em Belo
Horizonte, com panfletagem no
centro e comício na periferia, Ciro
passará a intensificar a campanha
de rua. Fará também comícios em
Manaus (AM) e Belém (PA) na semana que vem. Ontem, Ciro começou a montar um programa de
viagens ao interior paulista.
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