São Paulo, quarta, 15 de julho de 1998

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Ciro compara venda de teles a "Macunaíma"

BERNARDINO FURTADO
da Reportagem Local

O candidato da coligação PPS- PL-PAN à Presidência da República, Ciro Gomes, chamou ontem, em São Paulo, o processo de venda do Sistema Telebrás de "privatização Macunaíma".
A comparação é uma referência aos paradoxos e contradições da história brasileira encarnados por Macunaíma, personagem central do romance homônimo do escritor paulista Mario de Andrade.
Segundo Ciro, a promessa de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a compra de equipamentos de telefonia pelos futuros donos do Sistema Telebrás, noticiada pela Folha ontem, é um contra-senso.
Ciro argumenta que a principal justificativa dada pelo governo federal para privatizar o setor de telecomunicações é justamente a atração de investimentos privados, especialmente estrangeiros para melhorar o serviço no país.
"É uma privatização Macunaíma porque vai ser feita com dinheiro público e no pior momento em que o valor das ações da Telebrás nas Bolsas está num patamar muito baixo", afirmou Ciro.
Depois do fracasso na tentativa de conseguir apoio formal do PSB, do PV e do PTB, Ciro deu mostras ontem de ter perdido as esperanças de conseguir o engajamento de líderes do PMDB não-governista. O principal deles é o ex-presidente Itamar Franco, candidato a governador de Minas Gerais.
"Moralmente, acho que o Itamar tinha deveres comigo. Vou atrás do apoio dele, mas, se não der, paciência."
A partir de amanhã, em Belo Horizonte, com panfletagem no centro e comício na periferia, Ciro passará a intensificar a campanha de rua. Fará também comícios em Manaus (AM) e Belém (PA) na semana que vem. Ontem, Ciro começou a montar um programa de viagens ao interior paulista.



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