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Doleiro ameaça revelar o que sabe sobre o PT
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O doleiro Antônio Oliveira
Claramunt, o Toninho da
Barcelona, poderá romper
ainda esta semana a incomunicabilidade e revelar o
que diz saber. Não só à CPI
mas também à imprensa.
Reclamando de perseguição -"Toninho é um preso
político", queixa-se- o advogado do doleiro, Ricardo
Sayed, entra hoje com o pedido de transferência da penitenciária de segurança
máxima de Avaré, no interior de São Paulo, para as dependências do Exército.
Seu argumento é que Toninho da Barcelona é objeto
de decisões arbitrárias "porque eles têm muito medo do
que possa revelar" e corre
risco de vida. Mas "Toninho
está disposto a falar".
Fora do RDD (Regime
Disciplinar Diferenciado) a
que é submetido desde junho, Toninho da Barcelona
poderá esclarecer suas versões como a de que teria deixado de depor à CPI do Banestado, no ano passado,
por orientação de seu relator, o deputado petista José
Mentor (SP).
Outra é de que dois advogados ligados ao PT teriam
proposto a liberdade em troca de seu silêncio.
Sayeg baseia sua defesa na
tese de "uso político da máquina estatal".
Chamando de exagerada a
pena de 25 anos para o cliente, Sayeg conta que o doleiro
ocupa uma cela sem chuveiro e tem visitação limitada
por ter sido apontado, num
telefonema anônimo, como
líder de rebelião no presídio
Adriano Marrey no dia 26 de
junho. Por isso, foi transferido para Avaré.
Dois dias antes, Sayeg tinha pedido autorização para
uma entrevista de Toninho
da Barcelona. "Não é muita
coincidência?", perguntou.
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