São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2005

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Doleiro ameaça revelar o que sabe sobre o PT

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O doleiro Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, poderá romper ainda esta semana a incomunicabilidade e revelar o que diz saber. Não só à CPI mas também à imprensa.
Reclamando de perseguição -"Toninho é um preso político", queixa-se- o advogado do doleiro, Ricardo Sayed, entra hoje com o pedido de transferência da penitenciária de segurança máxima de Avaré, no interior de São Paulo, para as dependências do Exército.
Seu argumento é que Toninho da Barcelona é objeto de decisões arbitrárias "porque eles têm muito medo do que possa revelar" e corre risco de vida. Mas "Toninho está disposto a falar".
Fora do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) a que é submetido desde junho, Toninho da Barcelona poderá esclarecer suas versões como a de que teria deixado de depor à CPI do Banestado, no ano passado, por orientação de seu relator, o deputado petista José Mentor (SP).
Outra é de que dois advogados ligados ao PT teriam proposto a liberdade em troca de seu silêncio.
Sayeg baseia sua defesa na tese de "uso político da máquina estatal".
Chamando de exagerada a pena de 25 anos para o cliente, Sayeg conta que o doleiro ocupa uma cela sem chuveiro e tem visitação limitada por ter sido apontado, num telefonema anônimo, como líder de rebelião no presídio Adriano Marrey no dia 26 de junho. Por isso, foi transferido para Avaré.
Dois dias antes, Sayeg tinha pedido autorização para uma entrevista de Toninho da Barcelona. "Não é muita coincidência?", perguntou.

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