São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / ESTADOS

Contas não foram maquiadas, diz Aécio

Reportagem da Folha publicada anteontem mostrou que até gastos com praças foram incluídos como investimentos na saúde

Governador de Minas afirma que reportagem publicada anteontem é "desprovida de conteúdo" e "distante da realidade"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), afirmou ontem ser uma "discussão acadêmica antiga" a questão da emenda constitucional 29, que trata de investimentos obrigatórios em saúde, e negou ter ocorrido maquiagem nas contas estaduais de 2003 e 2004 nessa área, conforme reportagem da Folha publicada anteontem. Para Aécio, a reportagem é "desprovida de conteúdo" e "distante da realidade".
As críticas foram feitas em entrevista coletiva ontem à imprensa mineira. Aécio foi questionado sobre a reportagem da Folha, que abordou a questão da maquiagem nas contas da saúde e os números do "déficit zero" anunciado pelo Estado em 2004 -sendo que Minas Gerais ainda acumula déficit fiscal (R$ 2,9 bilhões, em 2005) e possui dívida com a União (R$ 39,7 bilhões, em 2005).
A reportagem mostrou que o Estado contabilizou como investimentos em saúde despesas com saneamento e erradicação da febre aftosa e de outras doenças de animais, além do pagamento de precatórios e construção de praças.

Ações
"Eu me surpreendi com a forma da matéria, que buscou informações em duas fontes, uma de um economista de nome Fabrício [Augusto de Oliveira], omitindo a citação de que ele era membro, era secretário-adjunto da equipe anterior à nossa na área da Fazenda, que inclusive decretou a moratória no Estado de Minas Gerais, e outra que é um jornal chamado "Bafafá", que é distribuído aí num bairro do Rio, gratuitamente", afirmou Aécio.
A reportagem da Folha se baseou também em ação civil pública apresentada pelo Ministério Público Federal, que questiona os gastos em ações e serviços de saúde abaixo do que determina a emenda constitucional número 29 (pelo menos 12% da receita de impostos do Estado). Baseou-se também no voto isolado, em 2004, do então conselheiro Sylo Costa, do Tribunal de Contas do Estado. Embora o órgão tenha aprovado as contas, Costa citou exemplos de gastos que não tinham relação direta com a área da saúde, como obras em saneamento básico e melhoramento urbanístico.

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