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Documentos de Vedoin incriminam congressistas
Líder da máfia apresentou papéis de depósitos em contas correntes e de veículos
Documentação entregue à CPI soma 1.376 páginas; deputado contra quem há mais indícios é Lino Rossi (PP), que teria levado R$ 3 mi
RANIER BRAGON
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documentos como depósitos
em contas correntes e anotações reforçam e dão sustentação à acusação de Luiz Antonio
Vedoin contra mais de uma
centena de congressistas, ex-congressistas, prefeitos e outros integrantes do Executivo.
Soma 1.376 páginas a documentação entregue por ele à
CPI dos Sanguessugas.
Sócio da Planam, empresa
que encabeçou a máfia das ambulâncias, Vedoin entregou às
autoridades cópias de anotações pessoais, recibos de depósitos e transferências bancárias
e documentos de veículos dados como propina.
O mais farto registro de participação na fraude é sobre o
deputado Lino Rossi (PP-MT).
São 152 páginas com cópias de
cheques que teriam sido repassados ao parlamentar, cópias
de depósitos bancários na conta do deputado, além de outros
documentos como uma nota
fiscal da compra de vários eletrodomésticos que teriam sido
entregues a Rossi.
Segundo Vedoin, Rossi foi o
primeiro parlamentar a manter
contato com a Planam. Com
ajuda dele, a empresa teria ampliado seu leque de contatos no
Congresso. A CPI diz que o deputado recebeu R$ 3,1 milhões
em propina. Rossi nega participação em irregularidades.
Depósitos em conta
Os documentos de Vedoin
também são fartos em relação
ao deputado Cabo Júlio
(PMDB-MG), contra quem há
uma série de depósitos feitos
pelos Vedoin em várias contas
pessoais suas no Banco do Brasil. Cabo Júlio disse que apresentará sua defesa após analisar o relatório da CPI.
Outro com depósito em conta corrente é João Caldas (PL-AL), quarto-secretário da Câmara, que recebeu R$ 6.000 da
Planam em conta pessoal. Caldas diz que mandou estornar o
depósito, que teria sido feito
com o intuito de incriminá-lo.
Os documentos mostram
também depósitos na conta de
supostos emissários que o dirigente petista José Airton Cirilo
teria enviado para negociar
com os Vedoin. José Airton nega participação na fraude.
Entre os casos em que Vedoin apresentou comprovantes
de transferência de veículos a
parlamentares, está um Fiat
Ducato repassado a Ricarte de
Freitas (PTB-MT), que admite
o seu uso, como teste, durante
dois meses em 2002. Ricarte
nega relação com a máfia.
Outro documento se refere a
um Fiat transferido para Lino
Rossi, que teria depois sido repassado ao senador Magno
Malta (PL-ES). Os documentos
de Vedoin incluem um cheque
de R$ 50 mil com a anotação
"Magno Mata (sic)". Malta nega
relação com a quadrilha, dizendo que só usou o veículo devido
à amizade que tem com Rossi.
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