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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Corpo-a-corpo
Ao fazer seu terceiro discurso em uma semana, Renan Calheiros (PMDB-AL) mostra que já está "trabalhando o plenário", no dizer de senadores que assistiram ontem à fala do presidente da Casa. Por dar de barato que o Conselho de Ética terminará por recomendar sua cassação, Renan se concentra agora em afagar
aqueles a quem ameaçou aberta ou veladamente.
De quebra, segue martelando a tecla de que as denúncias, todas elas, seriam obra do usineiro João
Lyra, ex-aliado e hoje adversário em Alagoas. Tudo de
olho na votação secreta. "Daqui para a frente ele usará
todo o seu charme para reconquistar o plenário", avalia um governista enfronhado no processo.
Já passou. Um conhecedor
dos humores do Senado diz
que Renan aposta tudo no
plenário por avaliar que ali
ainda tem maioria. O conhecedor também diz que a avaliação de Renan está errada.
Para registro. Dois trechos do discurso de Renan foram anotados por um senador
tucano num pedaço de papel:
quando ele disse ter apresentado "documentos autênticos
e verazes" e jamais ter possuído emissoras de rádio, "formal ou informalmente".
Cabo-de-guerra. Os líderes do DEM e do PSDB têm
dificuldade de fazer toda a
bancada aceitar a obstrução
no Senado. Ontem, era pesado o lobby dos ruralistas sobre
senadores como Jonas Pinheiro (MT) e Kátia Abreu
(TO), ambos do DEM, pela votação de medida provisória
que trata de crédito rural.
Calor. O relator da CPMF no
Senado será escolhido pelo
presidente da CCJ, Marco
Maciel. E como Marco Maciel
não é Antonio Carlos Magalhães, seu antecessor, o nome
será uma "decisão de partido". Em outras palavras, vem
aí um "demo" disposto a dar
trabalho ao governo.
Locação. Inocêncio Oliveira
(PR-PE) pediu autorização à
Mesa para que as dependências da Câmara sejam palco,
no dia 3 de setembro, de capítulo de um "reality show" em
que participantes buscam pistas a fim de receber prêmio de
R$ 500 mil. O nome do programa é "Corrida Milionária".
Incêndio. A oposição está a
seis assinaturas de conseguir
apresentar requerimento para instalar uma CPI da Petrobras no Senado. A líder petista, Ideli Salvatti, só foi avisada
ontem. Entre os signatários
há governistas, até do PT.
Agora vai? A nova data escolhida para que Lula anuncie
obras no PAC em Porto Alegre, terra de muitas vítimas
do desastre em Congonhas, é
dia 20. A visita vem sendo
adiada desde o acidente.
YouTube. Wilma de Faria
(PSB) entrou na luta para que
o governo conclua o aeroporto de cargas de São Gonçalo
do Amarante. Um grupo enviado pela governadora do Rio
Grande do Norte à Casa Civil
na semana passada chegou a
levar a tiracolo um vídeo em
que a ministra Dilma Rousseff promete terminar a obra.
Calculadora. O governo
Serra afirma que seriam necessários R$ 6,9 bi para atender integralmente às reivindicações dos professores da rede estadual -reajuste de 36%,
incorporação das gratificações pelos inativos e piso salarial de R$ 1.670 para 30 horas
semanais de trabalho. O gasto
com a folha hoje é de R$ 8,5 bi.
Assim não. A idéia inicial
de Gilberto Kassab era nomear Alexandre de Moraes
apenas para a SPTrans. Mas o
titular dos Transportes, Frederico Bussinger, que acumulava o comando da empresa,
não aceitou a divisão. Acabou
instalado na nova estrutura
criada para "planejar" o setor,
e Moraes virou secretário.
Leia-se. Marta Suplicy diz
que não será candidata a prefeita no ano que vem porque,
hoje, não lhe interessa dizer
outra coisa. Só isso.
Tiroteio
"Observações como essa nos fazem entender
por que, na campanha de 2002, quando
presidia o PSDB, ele foi apelidado de "José Inábil"."
Do presidente do DEM, RODRIGO MAIA, sobre o deputado José Aníbal,
segundo quem o PSDB deixar de ter candidato a prefeito em São Paulo
para apoiar Gilberto Kassab seria como "o rabo abanar o cachorro".
Contraponto
Sorte grande
Durante caminhada pelas ruas de Salvador, Jutahy Magalhães (1929-2000), pai do deputado Jutahy Júnior
(PSDB-BA), foi abordado por um homem aparentemente
embriagado, que de pronto o reconheceu:
-Ô, senador, me dá uma ajuda aí!
Magalhães tirou um trocado do bolso e entregou ao homem, não sem antes recomendar:
-Vê se não vai gastar em bebida, hein?
O homem contou o dinheiro escasso, olhou para Magalhães e ainda conseguiu ser irônico:
-Pode ir embora tranqüilo, senador. Com tudo isso
aqui eu acho que vou comprar é uma casa!
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