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Pela CPMF, governo discute nomes para suceder Renan
Roseana Sarney e Gerson Camata são os mais cotados a ocupar a eventual vaga
Base aliada teme que, além da estabilidade do Senado,
o desgaste do caso também prejudique acordos para
a aprovação do tributo
SILVIO NAVARRO
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Às vésperas da conclusão da
perícia da Polícia Federal nos
documentos do presidente do
Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), considerada peça-chave para o desfecho do caso, intensificaram-se nos bastidores as negociações para preparar um sucessor caso sua situação se torne insustentável
nas próximas semanas.
Além da estabilidade política
na Casa, governistas temem
que o desgaste do caso contamine acordos para conseguir
aprovar o projeto de prorrogação da cobrança da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira),
cuja largada foi dada ontem na
Câmara dos Deputados.
A avaliação dos governistas,
em contato com o coordenador
político do governo, ministro
Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), é que Renan lutará até o fim para se
manter no posto, o que poderá
protelar o desfecho dos processos que enfrenta.
A tendência é que Renan enfrente três processos simultâneos, além das investigações do
corregedor da Casa, Romeu Tuma (DEM-SP).
A previsão dos relatores do
primeiro processo contra Renan é que ele seja concluído no
conselho no início de setembro. O segundo caso, que envolve a cervejaria Schincariol, sequer teve seu relator escolhido.
Amanhã, a Mesa Diretora deverá encaminhar ao conselho um
terceiro, que trata das denúncias de que ele é sócio oculto de
rádios em Alagoas.
Caso o conselho aprove um
eventual pedido de cassação de
Renan, o caso ainda teria um
longo caminho, passando pela
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) até ser analisado
pelo plenário. Nesse percurso,
cabem pedidos de vista e manobras regimentais diversas.
A avaliação de líderes da base
do governo é que, em condições
normais, Renan seria o articulador do acordo sobre a CPMF
no Senado devido à influência
no PMDB -maior bancada- e
ao trânsito com o PSDB.
Mas, com a incerteza do tempo que as investigações ainda
vão durar, líderes governistas e
do PMDB já discutem alternativas para esse cenário.
A primeira delas, apontada
como "saída natural", é que a
senadora Roseana Sarney
(PMDB-MA) assuma essa articulação política. Além do cargo
de líder do governo no Congresso, pesa em favor dela o desempenho positivo na votação
da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária). Com isso, Roseana poderia, inclusive, construir
pontes para uma eventual sucessão de Renan.
O segundo cenário envolve
fortalecer o nome do senador
Gérson Camata (PMDB-ES),
considerado um governista
moderado e com perfil conciliador. A idéia é que ele se viabilizasse como possível substituto de Renan com o aval de parte
da oposição, o que desbancaria
o nome de Jarbas Vasconcelos
(PMDB-PE), que não agrada ao
Palácio do Planalto. O senador
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
"corre por fora".
Nos bastidores, o primeiro sinal da movimentação silenciosa de Camata teria sido o fato
de ele ter votado a favor do envio da representação do caso
Schincariol ao conselho.
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