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Ministro quer mudar regra de agências
Hélio Costa diz que não poder trocar "colaborador" nesses órgãos é perigoso
Arlindo Chinaglia também defende a possibilidade de demissão de diretores antes do fim do mandato; Câmara
discute hoje projeto de lei
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara dos
Deputados, Arlindo Chinaglia
(PT-SP), e o ministro das Comunicações, Hélio Costa
(PMDB), defenderam ontem
mudança na legislação para
permitir ao Congresso retirar
de seus postos diretores de
agências reguladoras antes do
final de seus mandatos. Hoje,
os diretores das agências possuem estabilidade que varia de
três a cinco anos.
"Temos que avaliar se quem
detém mandato está acima de
fiscalização. Se todo mundo pode ser fiscalizado, avaliado, por
que o diretor de agência não
pode?", questionou Chinaglia.
"Como senador [licenciado],
acho que esse procedimento
em que você fica impedido de
trocar um colaborador por cinco anos é muito perigoso. Tem
que ter espaço para uma renegociação", afirmou Hélio Costa.
As declarações vão ao encontro da intenção do Planalto de
incluir na lei geral das agências
- pronta para ser votada na Câmara- um item que permita a
demissão de diretores. Pelo que
vem sendo discutido, a demissão ocorreria por votação no
Senado. A manifestação do Senado poderia ocorrer de forma
espontânea ou por meio de motivação do Executivo.
"Se o diretor não está satisfazendo, o Senado tem que fazer
um "recall". A mesma comissão
do Senado que aprovou teria o
direito de tirá-lo do cargo", opinou Hélio Costa, que comanda
ministério ao qual a Agência
Nacional de Telecomunicações
está vinculada. Segundo ele,
"com raras exceções", as agências têm apresentado problemas. Hoje a Câmara discute o
projeto geral das agências.
Ontem a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) se reuniria com ministros que possuem
agências vinculadas para definir o discurso do governo. O Palácio do Planalto vai defender o
ponto, já presente no projeto
de 2004, que retorna aos ministérios o poder de definir outorgas do serviço público, o que
enfraquecerá as agências. A
oposição é contra essa proposta, mas tem se mostrado favorável à idéia de, em casos extremos, demitir diretores.
O líder do DEM na Câmara,
Onyx Lorenzoni (RS), disse ontem que o partido apresentará
proposta de "recall" dos diretores no início do terceiro ano do
mandato, quando teriam nova
sabatina no Senado. Além disso, haveria regras para dar
maior rigor às sabatinas.
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