São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2007

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PARTIDO

Tendências do PT vão reabrir discussões sobre mensalão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao contrário do que deseja o grupo ligado ao ex-ministro José Dirceu e ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, o 3º Congresso do partido, no final do mês, irá reabrir a discussão sobre escândalos como o do mensalão.
É o que fica claro a partir da leitura das propostas divulgadas ontem pelas várias tendências que compõem o partido. Fala-se até em "ajuste de contas" interno.
O documento do grupo "Mensagem ao Partido", liderado pelo ministro Tarso Genro (Justiça), diz que a crise que o PT viveu "ainda não foi superada totalmente". "De forma desigual mas crescente, o partido foi se adaptando às formas tradicionais de fazer política no Brasil", diz o texto.
Mais explícita ainda é a crítica da Articulação de Esquerda, uma das correntes "radicais" do partido. "O PT precisa fazer um severo ajuste de contas com as concepções políticas e com as práticas do grupo que teve em José Dirceu e Antonio Palocci [ex-ministro da Fazenda] duas de suas principais, mas não únicas expressões", diz a resolução. O grupo em questão é o que controla o PT e que ficou conhecido como Campo Majoritário.
Um pouco mais ameno no tom, o Movimento PT, que tem em seus quadros o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP), diz que "os desvios éticos perpetrados por alguns filiados e membros de nossas direções [...] feriram princípios partidários basilares que compõem a gênese do PT".
O Campo Majoritário pretendia focar no debate sobre políticas do governo e as eleições de 2008 e 2010. Os textos precisarão ser votados pelo congresso. Em tese, o Campo Majoritário poderia fazer valer a sua versão, mas sua maioria é estreita: 51%. (FÁBIO ZANINI)


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