São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

FHC dá apoio a Alckmin e minimiza ausência de Serra

Pessoas ocupadas "não podem estar toda hora na campanha", diz ex-presidente

Fernando Henrique também disse que escutas estão "passando dos limites" e que país ainda vive "democracia um pouco adolescente"

Alex Almeida/Folha Imagem
Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso tomam café no centro de São Paulo; o ex-presidente declarou apoio à candidatura do tucano

ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma visita para declarar publicamente apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso procurou explicar a ausência do governador José Serra na campanha tucana dizendo que pessoas ocupadas "não podem estar toda hora aparecendo na campanha".
FHC comparou a situação do governador com a que viveu como presidente, que durante a campanha não participou porque "tinha outras coisas para fazer". Ele tentou minimizar a situação difícil que o partido vive, com parte do tucanato -inclusive Serra- apoiando o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Disse que "o povo está preocupado com transporte, se tem emprego ou não tem emprego, qual o futuro das crianças".
No início do ano, o ex-presidente havia defendido uma aliança com o DEM nessas eleições. Ontem, ele explicou que, como a candidatura única não foi possível, sua posição natural era a de apoiar Alckmin. "Daqui a pouco vamos estar com essa aliança", disse ele, se referindo ao segundo turno.
A atual gestão, iniciada por Serra, foi elogiada por FHC. "[Alckmin] estará herdando uma prefeitura organizada, porque é uma prefeitura onde o PSDB teve papel importante."
O candidato tucano comentou a ausência de Serra dizendo que o governador já participa da campanha -e que os dois se conversam "todos os dias" para discutir continuidade de projetos. "E deixa o governador trabalhar", disse Alckmin.
Depois de um encontro fechado de cerca de 40 minutos, os dois caminharam até uma padaria próxima ao comitê de campanha de Alckmin, no centro, onde tomaram um café.
Fernando Henrique deixou claro que seu apoio não é político e que ele não fará campanha porque seu tempo "passou" e porque "a campanha é dele [de Alckmin]". Ele disse, porém, que deverá gravar participações para o programa de TV.
Na campanha à Presidência da República em 2006, Alckmin tentou se afastar da imagem de Fernando Henrique como o presidente que realizou privatizações em estatais.
Questionado sobre o excesso de escutas telefônicas no país, o ex-presidente disse acreditar que se está "passando dos limites" e que a polícia melhorou, mas ainda não se chegou a um equilíbrio porque o Brasil vive "uma democracia ainda um pouco adolescente".


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