São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Governador se queixa de pressão para figurar na campanha municipal tucana

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sob pressão para que participe desde já da campanha, o governador de São Paulo, José Serra, telefonou ontem para o candidato do PSDB à prefeitura, Geraldo Alckmin, para se queixar do ataque alckmista expresso em notas de jornais.
Serra - que encara as recentes aparições de Aécio Neves e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como uma tentativa de coação - expôs sua irritação ontem, após posar ao lado do prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM). Questionado sobre como fazer campanha sem permissão para atuar no programa de Kassab, Serra se exaltou:
"É uma pergunta sem sentido, se você me permite. O que tem é muita fofocada, fofoca, fofoca, fofoca. Em vez de fazer campanha, o pessoal fica fazendo fofoca", reagiu Serra, queixando-se de jornais.
"Não sei o que quer dizer a pergunta. Você está fazendo uma constatação da lei. Ótimo. A lei diz isso. E aí? E agora?"
De tão irritado com a marcação alckmista, Serra chegou a chamar Kassab para que se sentasse ao seu lado na cerimônia de abertura da Bienal do Livro. Uma hora antes da visita de FHC a Alckmin, Serra e Kassab trocaram confidências e sorrisos diante dos fotógrafos.
Semana passada, em conversas com secretários estaduais, Serra avisou que não funciona sob pressão. Assumidamente turrão, Serra disse a aliados que a pressão poderia adiar sua aparição na campanha tucana.
Além disso, serristas lembram que o governador e o presidente municipal do PSDB, José Henrique Reis Lobo, advertiram Alckmin para a situação delicada produzida pelo lançamento de dois nomes.
Em resposta aos tucanos que o acusam de omissão, os serristas citam ainda a atuação do governador para debelar a crise no PSDB, garantindo que Alckmin fosse escolhido candidato sem disputa interna.
Identificando o senador Tasso Jereissati (CE) como um dos defensores da estratégia para pressioná-lo, tucanos lembram que, em 2002, o então governador do Ceará declarou voto a Ciro Gomes, que concorria à Presidência contra Serra.
Em 2002, frisam serristas, Alckmin teria evitado aparições públicas ao lado de Serra, na iminência de ser derrotado pelo hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


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