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Governador se queixa de pressão para figurar na campanha municipal tucana
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob pressão para que participe desde já da campanha, o governador de São Paulo, José
Serra, telefonou ontem para o
candidato do PSDB à prefeitura, Geraldo Alckmin, para se
queixar do ataque alckmista expresso em notas de jornais.
Serra - que encara as recentes aparições de Aécio Neves e
do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso como uma
tentativa de coação - expôs sua
irritação ontem, após posar ao
lado do prefeito e candidato à
reeleição, Gilberto Kassab
(DEM). Questionado sobre como fazer campanha sem permissão para atuar no programa
de Kassab, Serra se exaltou:
"É uma pergunta sem sentido, se você me permite. O que
tem é muita fofocada, fofoca,
fofoca, fofoca. Em vez de fazer
campanha, o pessoal fica fazendo fofoca", reagiu Serra, queixando-se de jornais.
"Não sei o que quer dizer a
pergunta. Você está fazendo
uma constatação da lei. Ótimo.
A lei diz isso. E aí? E agora?"
De tão irritado com a marcação alckmista, Serra chegou a
chamar Kassab para que se sentasse ao seu lado na cerimônia
de abertura da Bienal do Livro.
Uma hora antes da visita de
FHC a Alckmin, Serra e Kassab
trocaram confidências e sorrisos diante dos fotógrafos.
Semana passada, em conversas com secretários estaduais,
Serra avisou que não funciona
sob pressão. Assumidamente
turrão, Serra disse a aliados que
a pressão poderia adiar sua
aparição na campanha tucana.
Além disso, serristas lembram que o governador e o presidente municipal do PSDB,
José Henrique Reis Lobo, advertiram Alckmin para a situação delicada produzida pelo
lançamento de dois nomes.
Em resposta aos tucanos que
o acusam de omissão, os serristas citam ainda a atuação do governador para debelar a crise
no PSDB, garantindo que Alckmin fosse escolhido candidato
sem disputa interna.
Identificando o senador Tasso Jereissati (CE) como um dos
defensores da estratégia para
pressioná-lo, tucanos lembram
que, em 2002, o então governador do Ceará declarou voto a
Ciro Gomes, que concorria à
Presidência contra Serra.
Em 2002, frisam serristas,
Alckmin teria evitado aparições públicas ao lado de Serra,
na iminência de ser derrotado
pelo hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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