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Assembleia abre CPI; grupos pró e contra Yeda protestam
Separados por uma rua, manifestantes fizeram provocações, mas não houve confronto
Segundo a Brigada Militar, 2.600 pessoas participaram de atos; legendas devem indicar os integrantes da
CPI na próxima semana
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
No mesmo dia em que a Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Sul anunciou a abertura da CPI para investigar a
governadora Yeda Crusius
(PSDB), manifestantes a favor
e contra a tucana promoveram
atos no centro de Porto Alegre.
Separados por uma rua e um
cordão de policiais, os dois grupos agiram como torcidas rivais
-gritaram, agitaram bandeiras
e cartazes e fizeram provocações-, mas não houve confronto em frente ao Palácio Piratini
(sede do governo gaúcho).
As manifestações envolveram entre 2.600 e 3.200 pessoas, de acordo com a Brigada
Militar e os organizadores, respectivamente. Um padre da
CPT (Comissão Pastoral da
Terra) que protestava contra
Yeda chegou a ser detido.
Em maior número, sindicalistas, funcionários públicos e
estudantes que pediam a saída
de Yeda carregaram bonecos
que representavam a governadora e outras oito pessoas acusadas pelo Ministério Público
Federal de integrar uma organização criminosa que recebeu
dinheiro desviado do Detran-RS (Departamento Estadual de
Trânsito). Os bonecos estavam
algemados e foram entregues
simbolicamente à polícia.
O "Fora, Yeda", como o movimento foi batizado, mobilizou
mais de 2.000 pessoas, conforme a polícia, inclusive ativistas
trazidos do interior em ônibus
pagos por sindicatos que se
opõem ao governo. Políticos de
partidos de oposição (PT, PDT,
PSOL e PC do B) discursaram.
"Esse governo já caiu politicamente. Se Yeda não sair, o governo não tem mais legitimidade para propor nada para o Estado", afirmou Rejane Oliveira,
presidente do CPERS (Centro
dos Professores do RS).
A resposta governista, o "Fica, Yeda", foi articulada pela juventude do PSDB, que reuniu
perto do Palácio Piratini cerca
de 150 pessoas. Imitando slogan de Lula na campanha de
2006, uma das faixas pedia:
"Deixem a mulher trabalhar".
O marido da governadora,
Carlos Crusius, também denunciado pela Procuradoria,
participou do ato. Crusius disse
que estava ali como "militante". Quando os manifestantes
do outro lado da rua perceberam sua presença, ele foi chamado de "ladrão".
"Essa oposição raivosa está
tentando dar um golpe. Estamos respondendo na rua porque estamos cansados de acusações sem fundamento", disse
Daniel Ludwig, da juventude
do PSDB. Por volta das 13h, os
tucanos deram as mãos, simbolizando abraço no Piratini.
CPI
O presidente da Assembleia,
Ivar Pavan (PT), anunciou que
o requerimento assinado por
39 deputados para a instalação
da CPI cumpria os requisitos
legais. Na próxima semana,
após a publicação do ato no
"Diário Oficial", os partidos indicarão os membros. Os trabalhos só deverão começar na última semana de agosto.
Aliados de Yeda terão maioria, com 8 das 12 vagas da CPI.
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