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PT teme prejuízo eleitoral
da Reportagem Local
Apesar da aparente tranquilidade dos petistas, teme-se no
partido que o caso da compra
do apartamento de Luiz Inácio
Lula da Silva traga prejuízos
eleitorais ao candidato. Prevalece aí a máxima óbvia de que
nunca é bom um candidato
perder tempo de campanha
tendo que se explicar.
"Não temos de perder tempo
com isso. Por mim, o assunto
está encerrado. O Lula já esclareceu o que devia e, se a imprensa continuar insistindo no
caso sem apresentar provas,
vamos entrar com uma série de
processos", diz Marco Aurélio
Garcia, coordenador do programa de governo de Lula.
A avaliação no partido, que
não acredita em deslizes de Lula nesse episódio, é que o assunto surgiu no pior momento
possível, quando o PT daria a
última cartada para tentar a inversão das pesquisas com o início do horário eleitoral gratuito, marcado para o dia 18.
O caso do imóvel de Lula junta-se à falta de dinheiro na
campanha e, nos bastidores, há
ceticismo sobre a chance de
derrotar o "rolo compressor
armado em torno do candidato
tucano à reeleição".
O bastidor do partido abriga
também um silêncio velado sobre as relações entre Lula e o
advogado Roberto Teixeira,
amigo e dono da casa em que o
candidato ainda mora, de graça, em São Bernardo.
Proximidade
Muitos petistas não dizem
publicamente, mas temem que
a proximidade de Lula com
Teixeira acabe se transformando em ponto gerador permanente de problemas para o
candidato.
Ninguém ousa sugerir a ele o
afastamento do amigo. Nas
poucas vezes em que se insinuou algo parecido ao líder,
Lula deixou claro que confia
totalmente no advogado.
Mesmo sustentando publicamente a tese de que Lula já deu
todas as explicações sobre a
compra do imóvel, alguns petistas acham que o candidato
reagiu mal quando teve de se
pronunciar sobre o assunto,
mostrando-se arredio e nervoso. Isso porque, segundos eles,
Lula muda quando tem de falar
sobre sua vida pessoal.
Foi assim na eleição de 89,
quando estourou o caso Lurian
(sua ex-namorada Miriam
Cordeiro o acusou de tentar
forçá-la a fazer um aborto) e
também durante o episódio
Cpem, em que Teixeira foi acusado de intermediar contatos
entre a empresa e prefeituras
do PT.
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