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PROTESTO
Mas movimento critica manobra da bancada ruralista para refinanciar "caloteiros"
Agricultores têm apoio de sem-terra
do enviado a Londrina (PR)
O movimento de agricultores
que chega amanhã a Brasília tem
o combate ao "desrespeito ao direito de propriedade" como uma
de suas reivindicações. Mas enquanto as lideranças criticam os
sem-terra, a maioria dos agricultores presta solidariedade a eles.
A coordenação nacional do
MST concorda com duas propostas apresentadas pelos agricultores: o combate à falta de receita do
produtor rural e ao endividamento agrícola.
Dentro do movimento dos agricultores é possível notar um "racha" sobre as posturas em relação
ao MST.
"Somos a favor da reforma
agrária, mas contra as invasões de
terras produtivas. A União tem
muita terra devoluta no Pará que
poderia servir para a reforma
agrária, sem qualquer custo. O
problema é a total morosidade do
governo em distribuir as terras",
diz Sérgio Ribeiro Correia, coordenador do movimento dos agricultores no Pará.
Na última sexta-feira, o comboio de caminhões dos agricultores passou em frente a um pequeno acampamento do MST em Pitanga (PR). Enquanto alguns fazendeiros se mostravam irritados,
a maioria dos produtores buzinava e fazia sinal de positivo para os
trabalhadores acampados, que
retribuíam a gentileza.
"Os pequenos agricultores são a
favor dos sem terra. A situação no
campo hoje é calamitosa", diz
Waldemar Francisco Pereira,
coordenador do acampamento.
De fato, a coordenação nacional
do MST se mostra favorável aos
interesses dos pequenos e médios
agricultores, mas contra a vontade dos latifundiários.
"Cerca de 440 mil pequenas e
médias propriedades foram extintas nos últimos quatro anos.
Apoiamos a causa desses agricultores. Muitos deles têm relações
com o MST nos sindicatos rurais", afirma Gilberto Portes,
coordenador nacional do MST.
Ele afirma, contudo, que a bancada ruralista está usando a má situação da agricultura brasileira
para mobilizar os pequenos e médios produtores em favor de seus
interesses. "Somos contra os
grandes caloteiros do Banco do
Brasil que querem refinanciar
mais uma vez suas dívidas."
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