CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha

O MST, junto com outras organizações de trabalhadores e movimentos sociais, quer fazer a maior marcha da história do país, levando mil pessoas do Rio até Brasília, por um percurso de 1.500 quilômetros.
A marcha saiu do Rio de Janeiro no último dia 26 e já percorreu 350 quilômetros em três semanas. A previsão é que os manifestantes cheguem a Brasília na primeira quinzena de outubro, onde se juntarão a outras pessoas vindas de várias regiões do país.
Eles se aproximam atualmente de Belo Horizonte, onde devem ser recebidos pelo governador Itamar Franco (PMDB) nos próximos dias.
Quem puxa a marcha diariamente é Luiz Beltrami de Castro, 90, o mais velho dos participantes. ""Venho no lugar dos meus filhos, porque eles precisam trabalhar, mas também para melhorar a vida dos meus 47 netos, 58 bisnetos e dois trinetos."
Segundo a avaliação da coordenação, a Marcha Popular pelo Brasil deverá, em número de pessoas, superar a marcha realizada pelo MST em 1997, quando, mesmo somando os integrantes de todas as colunas que saíram de locais diferentes do país, participaram cerca de 600 pessoas.
Antes de iniciar a caminhada, cada participante recebeu o material necessário: um par de sandálias, bermuda, mochila, camiseta, boné e colchonete.
O dinheiro arrecadado entre as entidades organizadoras da marcha, R$ 55 mil, não foi suficiente para cobrir os R$ 70 mil gastos só com os preparativos, fazendo com que a organização da marcha assumisse uma dívida de R$ 15 mil, antes mesmo de começar a caminhada. Além disso, são gastos diariamente mais R$ 1.200 com alimentação e R$ 500 com combustível.
Os manifestantes viajam acompanhados por um caminhão-pipa e mais quatro caminhões, que transportam a cozinha comunitária, as barracas, os pertences pessoais e mais a aparelhagem de som e vídeo.
Os gastos com produtos de higiene e alimentação extra (além das três refeições fornecidas pela organização) são custeados por cada participante.



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