São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2001 |
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NO AR USA! USA! USA!
NELSON DE SÁ De todo modo, essa cobertura permite saber que a maioria dos afegãos não está fugindo pelo simples fato de ser miserável, sem dinheiro ou carro. Essa cobertura permite saber que a mensagem do líder não foi além do rádio, porque não há televisão no país. E é esse país medieval, feudal, o alvo da superpotência. A histeria da TV americana, que a brasileira acompanha por inércia, bateu recorde: em seu quinto dia, está há mais tempo cobrindo ininterruptamente um único acontecimento. O recorde era do assassinato de John Kennedy. Em cena mostrada ao vivo até por redes brasileiras, com Bush e ex-presidentes numa catedral, o tele-reverendo Billy Graham abençoou as armas dos EUA ao usar a palavra guerra em plena cerimônia religiosa. No estúdio da CNN, o filho de Graham chegou a dizer que, quando recomenda dar a outra face, a Bíblia fala de indivíduos, não nações. Na outra grande cena armada do dia, trabalhadores gritavam para George W. Bush, entre os destroços telegênicos do World Trade Center: - USA! USA! USA! Populista, megafone na mão, Bush respondeu: - Eu os ouço! O resto do mundo os ouve! E aqueles que derrubaram estes prédios vão ouvir de nós logo! Texto Anterior: Telefonemas ligam família a bancos no exterior Próximo Texto: Sucessão no Senado: Cúpula do PMDB prefere Renan para vaga de Jader Índice |
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