DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, classificou ontem como "censura" a liminar concedida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), proibindo-o de veicular propaganda em que teria responsabilizado José Serra (PSDB) por suicídios de servidores demitidos no Rio de Janeiro.
"Isso é censura. O Serra está prometendo criar 8 milhões de empregos e demitiu mais de 5.000 mata-mosquitos, apesar de ter sido insistentemente avisado de que aquela demissão iria provocar uma grande epidemia de dengue. E essas pessoas estão dando depoimentos", declarou o presidenciável, em visita ao Mercado Municipal, em São Paulo.
"Aquilo não tem marketing, não tem artista, não tem truncagem, não tem nada. Um eleitor dar seu depoimento não é injúria nem calúnia", completou.
A propaganda, veiculada no dia 10, mostrou a demissão de "mata-mosquitos" quando Serra ocupou o Ministério da Saúde.
O ex-governador também criticou o adversário do PSDB, a quem se referiu como "truculento", por ter deixado de declarar à Justiça Eleitoral sua participação em uma empresa.
Segundo registro em cartório, a sede da firma de Serra funciona em um imóvel de uma empresa de Gregório Marin Preciado. Casado com uma prima do tucano, Preciado está sendo investigado pelo Ministério Público Federal.
A legislação eleitoral determina que políticos apresentem declaração de bens ao registrarem suas candidaturas. Apesar disso, omissões não são crimes eleitorais.

Direito de resposta
O TSE negou ontem pedido de direito de resposta ao tucano, que alegou ter sido ridicularizado no programa de Ciro. No dia 3, um trecho do programa de TV do pepessista mostrou uma imagem congelada de Serra, em que ele aparecia de boca aberta. Os advogados do presidenciável tucano pediram a suspensão da cena, mas, para o TSE, ela não prejudicava a honra do candidato.