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A CENA
Faltam vibração e tônus a Serra
PASCOAL DA CONCEIÇÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Quando o ator não erra todo
mundo perde. Em cena o que
vale é o risco, o vexame, o engasgo, o "ao vivo" da vida.
A atuação de Serra é lógica,
sensata, mas a gente não fica
satisfeito com o espetáculo.
Falta vibração, o tônus da cena,
a sonolência domina. São espetáculos em que ninguém se escuta, nada acontece, todos
aplaudem e vão embora.
Ao Serra falta escuta, ouvir
sua fala e a fala dos interlocutores. Tudo está tão bem ensaiado que sufoca a criação.
Os melhores momentos de
Serra são suas alterações de humor, mas ontem elas não apareceram, para prejuízo do espetáculo.
Por que é o primeiro lugar do
momento, José Serra age como
um ator fazendo palestra sobre
o seu trabalho de ator, tudo
muito previsível: fala de si mesmo com parcimônia, defende-se suavemente, aceita as críticas, sempre é solícito. Pode ser
bom para a política. No teatro é
um fracasso de público.
Pascoal da Conceição, 50, ator, está
em cartaz com a peça "Tarsila"
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