São Paulo, quinta-feira, 15 de setembro de 2005

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Organizações Globo são criticadas por deputado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Roberto Jefferson usou parte de seu discurso na tribuna do Congresso para fazer duros ataques ao jornal "O Globo", a quem acusou de ser "politicamente amoral". O deputado ainda acusou as Organizações Globo de terem dívidas previdenciárias e de terem sido beneficiadas por empréstimos do BNDES. Tanto a Globo como o BNDES refutaram as acusações.
Jefferson acusou o governo de ficar "à espera de elogios no Jornal Nacional" e disse que ""O Globo" vende a manchete de política, do caderno econômico e tenta nos calar aqui no Congresso".
As críticas ocorreram ao final da introdução, quando ele concluía os agradecimentos e citou seu avô Ibrahim, já morto, imigrante do Líbano. Disse que o avô, quando lia o jornal, dizia: "Meu neto, atrás de toda manchetona escandalosa tem um interesse maior. O jornal que vive de manchete escandalosa quer acertar sempre com o governo. Quanto mais panfletarem a manchete, maior o cheque que vão sacar no banco oficial".
E na seqüência disparou: "Eu me refiro ao "Globo". Na área econômica, cultural, de esportes, não tenho nada a falar, mas politicamente é um jornal amoral, falido, que se enfiou sempre nos cofres públicos e nas contas do povo do Brasil. O povo do Brasil paga as contas do "Globo'".
Jefferson prosseguiu suas críticas afirmando que o jornal fluminense detém facilidades do governo para obter recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e perdão de dívidas com o INSS. Usou como contra-exemplo a prisão dos donos da Schincariol.
"Vi lá o empresário da Schincariol ser preso por R$ 1,2 bilhão, algemado, a imprensa arrombar a casa e [sic] botar uma bomba na porta, mas só de INSS "O Globo" deve mais de R$ 1,2 bilhão, está lá na Superintendência da Polícia Federal o processo por apropriação indébita. Por que a Polícia Federal não prende ninguém de lá? Na Schincariol [sic] mete algema, mas "O Globo", o rabo entre as pernas. [...] R$ 2,8 bilhões já levou do BNDES às custas do Brasil para não fechar. Mas que [sic] catou US$ 2 bilhões, na época do governo Fernando Henrique, quando o dólar era parelho, e hoje não pode pagar." Em outro momento da fala, Jefferson repetiu ainda a afirmação que teria ouvido do deputado José Dirceu (PT-SP), então ministro da Casa Civil, que "falava por cima" no jornal, sugerindo interferência para barrar o noticiário contra governistas. Disse, entretanto, que "hoje está vendo o Zé ser escanteado pelo jornal porque não tem mais poder".


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