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Dono de castelo move 44 processos contra órgãos de imprensa
Edmar Moreira pede indenização por danos morais por veiculação de notícias sobre propriedade em MG
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Edmar Moreira
(PR-MG) move na Justiça de
Minas Gerais 44 processos em
que cobra de vários órgãos de
imprensa, locais e nacionais,
indenização por danos morais.
Além de jornais regionais e
segmentados, como o "Estado
de Minas", "O Tempo" e a "Folha Universal", o deputado
aciona jornais e revistas de circulação nacional, como a Folha, "O Estado de S. Paulo", "O
Globo", "Veja" e "IstoÉ", TVs
-"Band", "SBT" e "Record"-,
o site UOL (ligado ao Grupo Folha), jornalistas e apresentadores, entre eles José Luiz Datena, Jô Soares, Marcelo Tas e
Hebe Camargo.
Edmar foi corregedor da Câmara por sete dias. Ao tomar
posse, em fevereiro, defendeu
que a Justiça, e não mais o Conselho de Ética da Casa, passasse
a julgar os deputados acusados
de quebra de decoro. Ele renunciou ao posto uma semana
depois e pediu desfiliação do
DEM devido à repercussão da
notícia de que havia colocado à
venda um castelo no interior de
Minas Gerais, com torres de até
oito andares e 36 suítes.
Réu no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a acusação de
ter se apropriado de contribuição previdenciária de funcionários, além de ser investigado,
também no STF, por suspeita
de crime contra a ordem tributária (inquérito que corre em
segredo de Justiça), teve processo arquivado pelo Conselho
de Ética da Câmara em julho. A
suspeita era de uso de verba pública para pagamento de sua
empresa de segurança por serviços não prestados.
Edmar afirma que já pagou o
que devia ao INSS e diz que
construiu o castelo com renda
de suas empresas de segurança,
tendo o repassado a dois filhos.
Dos 44 processos movidos
pelo deputado, 2 já tiveram decisão: um, contra o jornal "Folha Universal", foi julgado procedente, e o veículo foi condenado a pagar R$ 30 mil de indenização, mais a publicação da
sentença em espaço proporcional à notícia veiculada. Outro,
contra "O Tempo", não foi aceito e Edmar foi condenado a pagar R$ 1.000 pelos honorários e
custos do processo. Em ambos
os casos, cabe recurso.
Os 44 processos correm em
diversas varas cíveis. A consulta pela internet não dá acesso à
íntegra. Mas a Folha apurou
que a reclamação básica de Edmar é que a imprensa informava sobre o castelo e levantava
suspeita de que ele o havia omitido das declarações de renda.
A Folha tentou falar com o
deputado na sexta-feira e ontem. Seu gabinete informou
que nem ele nem os advogados
dariam entrevistas.
A maioria dos processos é
contra os jornais mineiros "Estado de Minas" e "O Tempo".
No caso da Folha, os processos
são contra o jornal, o site UOL
e os jornalistas Fernando Rodrigues e Josias de Souza.
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