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Câmara segue sem dar acesso a notas fiscais
Depois de 26 dias, Casa ainda se nega a cumprir decisão do STF em favor da liberação dos dados à Folha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vinte e seis dias após o STF
(Supremo Tribunal Federal)
franquear à Folha o acesso às
notas fiscais apresentadas pelos deputados, a Câmara continua se negando a cumprir a determinação, ao mesmo tempo
em que tenta derrubar a decisão liminar obtida pelo jornal.
Desde fevereiro, a Folha pediu acesso às notas do último
quadrimestre de 2008 da chamada "verba indenizatória",
que reserva mensalmente R$
15 mil aos deputados para gastos com aluguel, assessoria, telefone, entre outros.
Após negativa da Casa em
atender ao pedido, o jornal ingressou no STF com mandado
de segurança. No dia 19, o ministro Marco Aurélio Mello
deu liminar determinando
acesso aos dados. Diante da demora no cumprimento da decisão, a Folha pediu ao ministro
que estabelecesse um prazo.
Em decisão do dia 31, Marco
Aurélio reiterou seu ato anterior, ordenando ao presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), que determinasse
"imediatamente aos setores
administrativos a viabilização
do acesso aos documentos públicos". "Nada justifica a projeção no tempo", escreveu.
A Câmara argumenta que está cumprindo a decisão, já que
teria ordenado o início da triagem e da produção de cópia das
cerca de 70 mil notas. Mas não
dá prazo para a entrega do material, nem permite o acesso a
ele. Ao mesmo tempo, entrou
com recurso pedindo que o ministro reconsidere sua decisão
sob o argumento, entre outros,
de que há informações protegidas pelo sigilo e de que a Casa já
fornece, na internet, os dados
(isso ocorre desde abril. Os ressarcimentos anteriores, alvo do
pedido, permanecem secretos).
Na resposta ao recurso, que
será protocolada hoje, a advogada do jornal Taís Gasparian
escreve que "mostra-se relevante e urgente o conhecimento integral da destinação da
verba para fim de eventual contestação pelos cidadãos ou, ao
menos e simplesmente, para
atendimento dos princípios
atinentes à publicidade dos
atos do poder público".
Caso não reconsidere, Marco
Aurélio deverá enviar o caso
para decisão colegiada dos ministros do STF.
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