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Ao lado de Serra, Aécio rechaça chapa puro-sangue
Sobre prévias, o mineiro voltou a admitir que o PSDB pode usar outro tipo de consulta
Avaliação entre serristas é que um desempenho favorável em Minas e em São Paulo pavimentaria uma vitória da legenda
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio
Neves, trocaram afagos ontem
na inauguração do Espaço Minas Gerais, em São Paulo. Mas
apesar das juras de apoio mútuo e da pressão que sofre de
seu partido, Aécio rechaçou,
mais uma vez, a hipótese de
ocupar a vice de Serra numa
chapa pela Presidência.
Segundo tucanos, a composição de uma chapa com Aécio,
batizada de "puro-sangue", é o
que mais importa para Serra.
Entre serristas, a avaliação é de
que um bom desempenho em
Minas e São Paulo pavimentaria uma vitória do partido.
Disposto a conquistar o eleitorado mineiro, Serra investiu,
durante o discurso, na ideia de
parceria político-administrativa entre os dois Estados.
"Minas Gerais e São Paulo
nunca deixaram de estar juntos. Estão juntos e vão estar
juntos", discursou Serra, também em retribuição às palavras
do colega mineiro.
"Saibam que, a partir deste
instante, essa esquina é a da integração, da fraternidade", disse Aécio, numa alusão à localização do espaço, um casarão
nas esquinas da av. Paulista
com a rua Minas Gerais.
Embora insista na palavra
"prévia" -"Se depender de
mim, tem prévia. A prévia tem
de ser vista como uma coisa absolutamente saudável, uma
forma de mobilizarmos as bases"-, Aécio voltou a admitir a
hipótese de um outro instrumento de consulta do partido.
Ao lado de Aécio, Serra, que
lidera as pesquisas para a sucessão presidencial, disse em
entrevista que o povo decidirá o
que é o bom para o país.
No discurso, o paulista lembrou que a candidatura de Tancredo Neves à Presidência, em
1985, foi fruto de um acordo entre o então governador de Minas com Franco Montoro, à
época governador de São Paulo.
"Sou testemunha da importância que essa aliança trouxe para
a restauração da democracia no
Brasil e abertura de um novo
futuro para todos nós", disse.
Em entrevista, negou que
fosse uma tentativa de sensibilizar Aécio para a edição de
uma chapa conjunta.
Diante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso -defensor da dobradinha- Aécio
reiterou oposição à chapa puro-sangue. "O tempo é que vai
dizer. Minha posição é claramente essa: temos um quadro
partidário extremamente plural. É natural que alianças entre
partidos se irradiem ou se reflitam na composição de chapa."
Para minimizar a pressão, até
FHC -que orientava os dois
governadores durante a entrevista- afirmou que talvez Aécio esteja certo ao pregar a acomodação de um aliado na vice.
Prestígio
Ao instalar um espaço destinado à captação de investimentos em plena av. Paulista, Aécio
tentou ainda dar uma demonstração de popularidade ao reunir na cerimônia não só a classe
política, mas personalidades
como o apresentador Luciano
Huck, o jogador Ronaldo e o
técnico de vôlei Bernardinho.
A restauração do casarão
consumiu R$ 1,1 milhão, de um
projeto que soma US$ 5,655
milhões, sendo US$ 2,9 milhões dos cofres do Estado e o
restante do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Além da manutenção, 12
pessoas trabalharão no espaço,
dedicado à promoção de Minas.
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