São Paulo, terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Ao lado de Serra, Aécio rechaça chapa puro-sangue

Sobre prévias, o mineiro voltou a admitir que o PSDB pode usar outro tipo de consulta

Avaliação entre serristas é que um desempenho favorável em Minas e em São Paulo pavimentaria uma vitória da legenda


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, trocaram afagos ontem na inauguração do Espaço Minas Gerais, em São Paulo. Mas apesar das juras de apoio mútuo e da pressão que sofre de seu partido, Aécio rechaçou, mais uma vez, a hipótese de ocupar a vice de Serra numa chapa pela Presidência.
Segundo tucanos, a composição de uma chapa com Aécio, batizada de "puro-sangue", é o que mais importa para Serra. Entre serristas, a avaliação é de que um bom desempenho em Minas e São Paulo pavimentaria uma vitória do partido.
Disposto a conquistar o eleitorado mineiro, Serra investiu, durante o discurso, na ideia de parceria político-administrativa entre os dois Estados.
"Minas Gerais e São Paulo nunca deixaram de estar juntos. Estão juntos e vão estar juntos", discursou Serra, também em retribuição às palavras do colega mineiro.
"Saibam que, a partir deste instante, essa esquina é a da integração, da fraternidade", disse Aécio, numa alusão à localização do espaço, um casarão nas esquinas da av. Paulista com a rua Minas Gerais.
Embora insista na palavra "prévia" -"Se depender de mim, tem prévia. A prévia tem de ser vista como uma coisa absolutamente saudável, uma forma de mobilizarmos as bases"-, Aécio voltou a admitir a hipótese de um outro instrumento de consulta do partido.
Ao lado de Aécio, Serra, que lidera as pesquisas para a sucessão presidencial, disse em entrevista que o povo decidirá o que é o bom para o país.
No discurso, o paulista lembrou que a candidatura de Tancredo Neves à Presidência, em 1985, foi fruto de um acordo entre o então governador de Minas com Franco Montoro, à época governador de São Paulo. "Sou testemunha da importância que essa aliança trouxe para a restauração da democracia no Brasil e abertura de um novo futuro para todos nós", disse.
Em entrevista, negou que fosse uma tentativa de sensibilizar Aécio para a edição de uma chapa conjunta.
Diante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso -defensor da dobradinha- Aécio reiterou oposição à chapa puro-sangue. "O tempo é que vai dizer. Minha posição é claramente essa: temos um quadro partidário extremamente plural. É natural que alianças entre partidos se irradiem ou se reflitam na composição de chapa."
Para minimizar a pressão, até FHC -que orientava os dois governadores durante a entrevista- afirmou que talvez Aécio esteja certo ao pregar a acomodação de um aliado na vice.

Prestígio
Ao instalar um espaço destinado à captação de investimentos em plena av. Paulista, Aécio tentou ainda dar uma demonstração de popularidade ao reunir na cerimônia não só a classe política, mas personalidades como o apresentador Luciano Huck, o jogador Ronaldo e o técnico de vôlei Bernardinho.
A restauração do casarão consumiu R$ 1,1 milhão, de um projeto que soma US$ 5,655 milhões, sendo US$ 2,9 milhões dos cofres do Estado e o restante do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Além da manutenção, 12 pessoas trabalharão no espaço, dedicado à promoção de Minas.


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