São Paulo, Sexta-feira, 15 de Outubro de 1999
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ARREPENDIDO
Caio Fábio divulgou documento há um ano
Pastor "tem vergonha" de dossiê Cayman

da Sucursal do Rio

Quase um ano depois da primeira notícia publicada sobre o chamado dossiê Caribe (ou dossiê Cayman), o reverendo evangélico Caio Fábio d'Araújo Filho, 44, afirma ""ter vergonha" de ter se envolvido no episódio.
""O dossiê Cayman me fez mal, não tenho o menor orgulho disso. Tenho vergonha dessa história. Aquele não era o lugar para eu estar como homem de Deus, e eu não estaria ali se não fossem os episódios anteriores, que me tiraram do caminho."
A afirmação foi feita à revista ""Vinde" de outubro, a primeira edição em que a publicação não é mais sua propriedade -diz tê-la vendido, assim como já se havia desfeito da Vinde TV.
""Eu fico pensando como é que fui entrar em algo tão diabólico, tanto em suas tramas como em suas consequências", disse.
O dossiê é um conjunto de fotocópias sem veracidade comprovada que indica uma associação em uma empresa das Bahamas e contas em dois paraísos fiscais. Os sócios seriam o presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro José Serra (Saúde), o governador Mário Covas (São Paulo) e o já morto ministro Sérgio Motta (Comunicações).
""Acreditei que a informação que eu havia recebido era verdadeira. O que eu não sabia era que iria ficar no centro daquele tufão e que iria ser acusado de calúnia por uma coisa que só falei em particular e com um grupo muito reduzido."
Caio Fábio, o ex-prefeito Paulo Maluf e o ex-presidente do Banco do Brasil Lafaiete Coutinho foram denunciados pelo Ministério Público sob acusação de crime de calúnia contra o presidente da República.
O reverendo reconhece que, na campanha eleitoral do ano passado, procurou Leonel Brizola (PDT) e Ciro Gomes (PPS) para intermediar o acesso ao dossiê.
Na entrevista à ""Vinde", Caio Fábio continua se recusando a dizer quem lhe falou pela primeira vez sobre os papéis.
Abatido, pede ""perdão" aos ""irmãos evangélicos", principalmente por ter tido um caso extraconjugal e se separado da mulher, o que se choca com a sua pregação anterior.


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