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NO AR
Ano tão difícil
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Pelo jeito, a crise acabou.
Em outras palavras, foi o que
anunciou FHC ontem, no discurso que ACM exaltou depois
como excelente. Foi um discurso de autocongratulação, ao vivo na Globo News e em trechos
nos telejornais.
Era para divulgar as medidas que visam baixar os juros
ao consumidor, mas FHC mal
usou a palavra "juros". E nada
falou das medidas, dizendo
confiar em Armínio Fraga.
O que fez o presidente foi noticiar:
- Nós superamos as dificuldades maiores.
E depois, no fim:
- Eu falei demais, mas é a
minha emoção de poder dizer
que estamos chegando a este
mês de outubro dando tantas
notícias favoráveis, atravessando um ano tão difícil.
Não faltou, no discurso, certo
saudosismo.
- Alguns de nós, que já estamos calejados na condução do
processo econômico brasileiro,
sabemos quão difícil foi segurar este leme desde setembro
do ano passado até muito recentemente.
Falava de Pedro Malan. FHC
chegou a ser carinhoso:
- Meu querido amigo Pedro
Malan... Nada disso foi feito
nem será feito sem a liderança
do ministro Pedro Malan, que
é a pessoa que define e continuará definindo os rumos da
nossa economia.
ACM também foi chamado
de "amigo". Armínio Fraga, lá
pelo meio, já era tratado por
"ministro". Outros ministros,
presidentes de bancos estatais,
líderes no Congresso: sobrou
emoção para todos.
Mas é claro que, para não
deixar que os "agourentos" de
sempre o peguem depois, FHC
acresceu, antes de encerrar o
discurso:
- Eu peço a Deus que continuemos com essas previsões.
Porque muitas não dependem
de nós...
E-mail: nelsonsa@uol.com.br
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