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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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PAINEL

Barreira governista
O Planalto entrou em campo para derrubar a articulação em favor das reeleições de Sarney (PMDB) e João Paulo (PT), respectivamente, às presidências do Senado e da Câmara. Aliados de ambos recolhiam assinaturas no Congresso para emenda que permitiria a recandidatura.

Não interessa
O segundo mandato de Sarney não convém ao Planalto, segundo auxiliares de Lula. Tornaria-o muito forte no Congresso. Em relação a João Paulo, haveria um outro inconveniente: eleito com a bênção de José Dirceu, o presidente da Câmara nem sempre reza a cartilha da Casa Civil.

Efeito moral
O Planalto se surpreendeu com a repercussão da saída de Fernando Gabeira do PT e de seus ataques ao governo. Sem estridência, o deputado conseguiu fazer mais estrago do que o conturbado processo de expulsão dos quatro radicais.

Panos quentes
Após a saída de Fernando Gabeira, o Planalto pretende reforçar o diálogo com Marina Silva (Meio Ambiente) e atender a alguns de seus pleitos. Um eventual pedido de demissão da ministra acreana provocaria desastrosa repercussão internacional entre os ambientalistas.

Refrescar a memória
José Genoino deu para reescrever a história. Dias atrás, o presidente do PT disse que o partido nunca cobrou as viagens de lazer feitas por auxiliares de FHC em jatinhos da FAB. Os arquivos da época, no entanto, provam o contrário.

Arquivo vivo
Apesar de Genoino dizer que o PT não cobrou o uso de jatinhos da FAB, o petista Arlindo Chinaglia, em 1999, deu várias entrevistas nas quais alardeou que entraria na Justiça contra Geraldo Brindeiro e Clóvis Carvalho por passear com dinheiro público. "Isso é uma ilegalidade, uma improbidade", disse, à época.

Força política
Do líder do PFL na Câmara, José Carlos Aleluia (BA), sobre a vitória de Schwarzenegger na eleição da Califórnia: "Os partidos precisam contratar instrutores de academia no lugar de assessores políticos, pois o eleitor mostrou que gosta mesmo é de políticos musculosos".


Quem paga a conta
Os paulistanos terão um aumento real de 27,95% na carga tributária durante os quatro anos da gestão Marta Suplicy, caso a Câmara aprove a proposta orçamentária enviada pela Prefeitura de SP para 2004.
Argumento social
A Prefeitura de SP justifica o aumento da carga tributária dizendo que busca "justiça social", como a isenção de IPTU a 1 milhão de imóveis de baixo valor. As taxas de lixo e de iluminação, afirma, são cobradas sobre o uso e sua receita é revertida integralmente para custear os serviços.

Promessa é dívida
Promessa feita por Lula ao senador Fernando Bezerra (PTB-RN) sobre a transposição do São Francisco: "Vou acabar essa transposição na marra, nem que seja com lata d'água na cabeça".

Empregos saqueados
O mercado fonográfico brasileiro estima ter perdido 56 mil empregos, o equivalente a 30% do total, de 97 a 2003, em razão da pirataria. No mesmo período, foram fechados 2.000 pontos-de-venda. Os dados serão mostrados na CPI da Pirataria.
Visita à Folha
Eunício Oliveira, líder do PMDB na Câmara, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Donizete Arruda, assessor de imprensa do deputado, e de Luís Costa Pinto, consultor de comunicação.

TIROTEIO

De Carlito Merss (SC), líder do PT na Comissão de Orçamento, sobre a oposição bloquear as votações da proposta orçamentária com o argumento de que o Planalto estaria beneficiando Marta Suplicy:
-Marta ficou dois anos a pão e água com FHC. Agora que São Paulo passa a ter o tratamento necessário devido aos problemas que possui, a oposição começa a criar luta política. Isso se chama boicote.

CONTRAPONTO

Mesa de negociação

Dezesseis dos 27 governadores se reuniram anteontem no Senado para discutir o projeto de reforma tributária que está em tramitação na Casa. Defenderam que o Senado apenas mantenha o texto já aprovado na Câmara, ao invés de fazer as modificações previstas pelo relator, Romero Jucá (PMDB-RR).
Um dos pontos que os governadores não querem modificar é a substituição do Fundo de Desenvolvimento Regional por investimentos nos Estados com recursos do Orçamento.
Ronaldo Lessa (PSB-AL) foi um dos principais opositores à proposta. Com o fundo, diz, os Estados podem investir no social, o que não ocorreria com os investimentos diretos.
Alertado por senadores de que os economistas do governo defendem o investimento direto, Lessa não mudou de idéia:
-Acho que Lula vai conseguir humanizar os economistas.

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