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FISCO EM GUERRA
Oposição quer ouvir ministro, secretário e corregedor da Receita
Crise pode levar Palocci ao Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado poderá convocar o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e convidar o secretário
e o corregedor-geral da Receita
Federal, Jorge Rachid e Moacir
Leão, respectivamente, para explicarem nas comissões de Fiscalização e Controle (CFC) e de Assuntos Econômicos (CAE) a crise
existente hoje no órgão.
A realização de audiências públicas com Palocci, Rachid e Leão
foi proposta em diferentes requerimentos do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e da senadora
Heloísa Helena (PT-AL), afastada
da bancada petista por divergências com o governo Lula. O PFL
apóia a iniciativa.
O líder do governo, Aloizio
Mercadante (PT-SP), afirmou
que o ministro ""deve vir [ao Senado] e virá". Quanto aos outros
dois -que não podem ser convocados pelo Senado e, sim, convidados-, irão se Palocci considerar necessário. ""O ministro é
quem fala pela Receita", afirmou.
Em reação à oposição, o líder
afirmou que, sobre ""alguns casos,
precisam ser chamados envolvidos do governo anterior".
""Não quero discutir firulas.
Aceito até que o ministro fale sozinho. Mas [o governo] não pode
esconder ninguém. Quanto ao
envolvimento de pessoas do governo passado, estou cansado
desse argumento. Se eles quiserem chamar o Everardo Maciel
[secretário da Receita de FHC],
que chamem", disse Virgílio.
As divergências entre Rachid e
Leão tornaram-se públicas com a
divulgação de conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal com autorização judicial.
Em seu requerimento, Virgílio
pede a presença dos três em audiência conjunta da CAE e da CFC
a fim de prestarem esclarecimentos sobre denúncias da imprensa,
""envolvendo suspeita de corrupção e procedimentos administrativos que comprometem a credibilidade do órgão e do governo,
relativamente a investigações
contra servidores da Receita".
Para o tucano, o assunto é de
""gravidade extrema" e não pode
haver ""protelações para a apuração de responsabilidades".
No último domingo, a Folha revelou gravações em que o secretário da Receita e seu secretário-adjunto Ricardo Pinheiro discutem
formas de rebater acusações levantadas pelo corregedor.
Em outra conversa, Leonardo
Couto, ex-adjunto de Rachid,
aparentemente discutia com um
auditor do Rio de Janeiro estratégia para prejudicar a imagem de
Leão. Couto pediu exoneração.
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