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CASO BANESTADO
Pedido vai à Justiça
CPI quer exumar corpo de ex-diretor de banco
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A CPI da Assembléia Legislativa
do Paraná que apura os escândalos envolvendo o Banestado vai
pedir à Justiça que determine a
exumação do cadáver do ex-secretário de Esporte e Turismo e
ex-diretor da Banestado Leasing
Osvaldo Magalhães dos Santos. O
pedido se baseia em especulações
de que Santos teria forjado um
acidente para se livrar de acusações de desvios de dinheiro.
Piloto amador, Santos é dado
como morto num acidente ocorrido no Paraná em 7 de setembro
de 1998. Segundo a perícia, ele dirigia um carro alugado a cerca de
200 km por hora, quando bateu
contra um caminhão.
Na Banestado Leasing, Santos
seria o responsável por um esquema de desvios financeiros hoje estimados em mais de R$ 600 milhões, nos primeiros anos de gestão do ex-governador Jaime Lerner (hoje PSB). Apesar dos escândalos em que o diretor da Leasing
se envolveu, ele acabou ascendendo de posto e foi nomeado para
integrar o primeiro escalão do governo. Na Secretaria de Esporte e
Turismo, Santos ainda organizou
o evento dos Jogos Mundiais da
Natureza, também questionado
pela oposição a Lerner.
O presidente da CPI paranaense, deputado estadual Neivo Beraldin (PDT), disse que a exumação se justifica pelas dúvidas que
pairam desde a morte de Santos.
Ele teve o rosto desfigurado no
acidente. Seus documentos pessoais -como o RG e o CPF-
não foram cancelados pela família. A seguradora do carro também não pediu baixa do veículo
no Departamento de Trânsito.
O relator da CPI, deputado Mário Sérgio Bradock (PMDB), disse
que também há dúvidas sobre a
perícia cadavérica do ex-secretário. Segundo Bradock, a página
que registraria o exame do corpo
no IML (Instituto Médico Legal)
de Ponta Grossa (PR) foi arrancada do livro oficial. Funcionários
ouvidos pela CPI disseram que a
irregularidade foi causada pela
transferência do corpo para o
IML de Curitiba, a pedido do governo. Santos foi velado no saguão do Palácio Iguaçu e enterrado em Curitiba.
Há especulações de que ele estaria vivendo na Europa. Advogados da família de Santos disseram
ontem que não vão se opor ao pedido de exumação do corpo. Os
documentos ainda estariam em
vigor por provável esquecimento
da viúva, também segundo eles.
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