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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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CASO BANESTADO

Pedido vai à Justiça

CPI quer exumar corpo de ex-diretor de banco

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A CPI da Assembléia Legislativa do Paraná que apura os escândalos envolvendo o Banestado vai pedir à Justiça que determine a exumação do cadáver do ex-secretário de Esporte e Turismo e ex-diretor da Banestado Leasing Osvaldo Magalhães dos Santos. O pedido se baseia em especulações de que Santos teria forjado um acidente para se livrar de acusações de desvios de dinheiro.
Piloto amador, Santos é dado como morto num acidente ocorrido no Paraná em 7 de setembro de 1998. Segundo a perícia, ele dirigia um carro alugado a cerca de 200 km por hora, quando bateu contra um caminhão.
Na Banestado Leasing, Santos seria o responsável por um esquema de desvios financeiros hoje estimados em mais de R$ 600 milhões, nos primeiros anos de gestão do ex-governador Jaime Lerner (hoje PSB). Apesar dos escândalos em que o diretor da Leasing se envolveu, ele acabou ascendendo de posto e foi nomeado para integrar o primeiro escalão do governo. Na Secretaria de Esporte e Turismo, Santos ainda organizou o evento dos Jogos Mundiais da Natureza, também questionado pela oposição a Lerner.
O presidente da CPI paranaense, deputado estadual Neivo Beraldin (PDT), disse que a exumação se justifica pelas dúvidas que pairam desde a morte de Santos.
Ele teve o rosto desfigurado no acidente. Seus documentos pessoais -como o RG e o CPF- não foram cancelados pela família. A seguradora do carro também não pediu baixa do veículo no Departamento de Trânsito.
O relator da CPI, deputado Mário Sérgio Bradock (PMDB), disse que também há dúvidas sobre a perícia cadavérica do ex-secretário. Segundo Bradock, a página que registraria o exame do corpo no IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Grossa (PR) foi arrancada do livro oficial. Funcionários ouvidos pela CPI disseram que a irregularidade foi causada pela transferência do corpo para o IML de Curitiba, a pedido do governo. Santos foi velado no saguão do Palácio Iguaçu e enterrado em Curitiba.
Há especulações de que ele estaria vivendo na Europa. Advogados da família de Santos disseram ontem que não vão se opor ao pedido de exumação do corpo. Os documentos ainda estariam em vigor por provável esquecimento da viúva, também segundo eles.

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