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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Lula privatizou governo para o PT, afirma Alckmin
Apontado por petistas como defensor das privatizações, tucano diz que Estado foi posto a serviço de "companheiros'
Em evento em Maringá, candidato de oposição evita fazer ataques diretos ao presidente, mas acusa petistas de fazer "lambança"
LEANDRO BEGUOCI
ENVIADO ESPECIAL A MARINGÁ
Apontado como "privatista"
por seus adversários, o tucano
Geraldo Alckmin disse ontem,
em Maringá (PR), que o governo "foi privatizado para o PT".
"Não funciona um governo que
aparelha o Estado. O governo é
para prestar serviço à sociedade, não para servir aos companheiros, ao partido", afirmou.
A declaração foi feita em entrevista após um comício na cidade, situada no noroeste do
Paraná e com economia baseada na agricultura.
No ato público, o tucano evitou ataques diretos a Lula, mas
afirmou que o PT, "sob o ponto
de vista ético, [fez] uma lambança". Até voltou ao tema da
venda do AeroLula, que defendeu em debate na TV Bandeirantes, mas logo passou a discorrer sobre a necessidade de
promover parcerias entre o governo federal, os Estados e os
municípios.
O senador Álvaro Dias
(PSDB-PR) estava ao lado do
presidenciável no palanque e
disse que os petistas "roubam
porque não acreditam em
Deus".
Osmar Dias, irmão de Álvaro
e candidato ao governo do Paraná, não deixou por menos.
Disse que Maringá deveria dar
uma "surra de votos" no presidente e no governador do Estado, Roberto Requião (PMDB).
Na entrevista, Alckmin tentou mostrar que seu propagado
choque de gestão (que inclui
corte de gastos públicos) não
vai atingir o funcionalismo da
máquina federal. "Tenho compromisso com o serviço público, sou filho de funcionário público", disse.
"Lula valoriza eleição, não
deu reajustes [antes a servidores] e deu agora na eleição. Vamos contratar mais gente porque o dinheiro do desperdício
nós vamos colocar na educação, na saúde, na segurança."
O candidato -que passou a
ser visto como mais autoritário
após o debate com Lula no domingo passado, segundo pesquisa do Datafolha- também
elogiou a "cordialidade" do povo brasileiro.
Nesse momento, discursava
sobre o palanque: "Sérgio Buarque de Holanda dizia que o homem ou a mulher brasileira é
um povo cordial. Digo mais, é
um povo cordial, é um povo que
tem amor no coração". Buarque de Holanda escreveu "Raízes do Brasil", no qual aponta
que o brasileiro busca evitar
enfrentamentos, adotando padrões da vida privada para resolver os problemas públicos.
Mais tarde, questionado se
levaria cordialidade para o próximo debate na TV, ele foi breve. "O tom dos próximos debates é falar a verdade. O brasileiro é cordial e é firme, não é tolerante", afirmou.
Santa Maria
Depois de fazer campanha
em Maringá, Alckmin viajou
para Santa Maria (RS), onde
participou de comício com a tucana Yeda Crusius, favorita na
disputa pelo governo do Rio
Grande do Sul.
Ao discursar, o tucano atribuiu
à corrupção o fraco crescimento da economia brasileira. ""Nenhum país no mundo avança se
não acabar com a praga da corrupção", disse ele, em pouco
mais de dez minutos de discurso para cerca de 3.000 pessoas
sob chuva.
Alckmin ainda criticou Lula
por, segundo ele, ter sido ""forte
com o caseiro Francenildo e
fraco com a corrupção".
Ao tratar também de temas
sociais, o tucano afirmou que o
petista elogia a saúde pública
brasileira porque ""não conhece
o SUS".
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