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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Bolsa Família deve consumir mais recursos em 2007
Secretária do Desenvolvimento Social diz que R$ 8,6 bilhões
previstos para próximo ano não bastam para reajustar benefício
Propostas tucanas são de
premiar bom desempenho
escolar com bônus e colocar
dinheiro em poupança para
ser sacada no fim de estudos
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se Luiz Inácio Lula da Silva e
Geraldo Alckmin não dizem
onde pretendem cortar os gastos públicos, as equipes dos
dois candidatos ao Planalto
concordam em apontar uma
das fontes de aumento de despesas do Orçamento da União a
partir de 2007: o Bolsa Família.
A campanha de Lula tem como certo o reajuste dos benefícios em 20% no início de um
eventual segundo mandato. Os
pagamentos passariam a variar
entre R$ 18 e R$ 114 por mês.
Com valores congelados desde
outubro de 2003, data do lançamento da versão integrada do
programa, o Bolsa Família paga
hoje entre R$ 15 e R$ 95.
Os R$ 8,6 bilhões reservados
na proposta de Orçamento da
União para 2007 -menos de
R$ 300 milhões a mais do que a
previsão de gastos neste ano-
não bastam para o reajuste. A
saída, já combinada, seria uma
autorização extra de gastos, antecipou Márcia Lopes, secretária-executiva do Ministério do
Desenvolvimento Social, que
comanda comissão sobre o tema na campanha de Lula.
Uma das mais importantes
fontes de votos do petista aparece com destaque no programa de governo de Alckmin. Sua
equipe não cogita reajustar o
valor dos benefícios. Mas a versão mais alentada das propostas para a área social destaca
entre as ações para "melhorar"
o programa o pagamento de
adicionais, como estímulo ao
aumento da escolaridade.
As famílias receberiam depósitos correspondentes ao valor
do benefício, com direito a sacar 70% do valor quando os filhos concluírem o ensino fundamental e 30% quando passarem a cursar o ensino médio.
O texto fala em "premiação"
mediante o pagamento de um
adicional às famílias cujos filhos concluírem o ensino fundamental entre os 10% melhores das salas. Não há indicação
de custo das propostas, que não
aparecem na versão mais resumida do programa de governo.
Embora definam o combate à
pobreza como prioridade, nenhuma das equipes se deteve
na queda do ritmo de redução
da pobreza no país a partir de
2005, mostrada pela última
Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios) e que
deve se repetir em 2006.
A campanha de Lula avançou
mais em apontar gargalos do
programa. "[O Bolsa Família]
tem maior impacto nas populações dos municípios médios e
pequenos e de baixo desenvolvimento econômico localizados na região Nordeste." O programa de Alckmin não se ocupa
da pobreza metropolitana. Promete apenas "dedicar especial
atenção" aos principais bolsões
de pobreza rurais e urbanos.
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