São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2006

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Ex-diretor do BB afirma que polícia tem provas que derrubam versão de Padilha

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso declarou ontem à Folha que existem provas em poder da Polícia Federal que contrariam a versão apresentada pelo empresário Valdebran Padilha, segundo o qual ambos teriam se encontrado no saguão do hotel Íbis, em São Paulo, no último dia 14, horas antes da prisão de Valdebran.
"Nos dias 12, 13 e 14 [de setembro] eu estava em Cuiabá. Sobre isso há evidências de passagens aéreas para comprovar isso. Minha estadia no hotel, deve ter imagens das câmeras do hotel, transitei bastante no hotel, almocei no hotel. Eu disse e afirmo [que estava em Cuiabá], e a Polícia Federal, como já checou as minhas andanças, imagino que ela não tem dúvida em relação a isso mais", declarou Veloso.
O advogado Aldo de Campos Costa, que defende Jorge Lorenzetti, ex-coordenador do "grupo de informações" da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a negar que seu cliente tenha conversado por telefone com Valdebran na noite do dia 14, quando Valdebran já estava hospedado no hotel Íbis, em São Paulo.
"Na verdade, contradição só [há] com relação ao depoimento de Valdebran. Isso já era previsível porque é uma estratégia que ele está adotando no sentido de atirar para tudo quanto é lado", afirmou Costa.
Para o advogado, com exceção do depoimento do empresário Valdebran Padilha, todos os outros são "harmônicos".

Versão diferente
Indagado sobre os motivos que teriam levado Valdebran a contar uma versão supostamente diferente dos fatos, o advogado disse "parecer que desde o primeiro momento ele tem buscado atenuar a participação dele no episódio".
Sobre a suposta tentativa do empresário Abel Pereira, apoiador do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, hoje prefeito de Piracicaba (SP), de tentar comprar o dossiê de Luiz Antônio Vedoin, o que não é confirmado por Vedoin, o advogado disse que não há contradição.
"Cada um vai dizer uma coisa. Dependendo do ângulo, você pode encontrar harmonia ou não", disse o advogado.
O advogado de Valdebran Padilha, Roger Fernandes, afirmou que não "nenhuma estratégia" de seu cliente. "Uma coisa é falar a verdade, outra coisa é ficar mentindo, distorcendo ou omitindo informações. Valdebran contou a verdade", disse seu advogado.
O advogado de Gedimar Pereira Passos, Alamiro Salvador Netto, disse que seu cliente falará sobre a citação original que fez a Freud Godoy "no momento certo, na Justiça Federal".
Procurado, o ex-assessor do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas não foi localizado para falar. (RV)


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