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Interino da Abin afirma que recurso da agência é "pífio"
Em sabatina em que foi aprovado para chefiar Abin, Wilson Trezza revela que agência "monitora" MST
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Durante sabatina ontem no
Senado, o diretor interino da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Wilson Trezza,
classificou de "pífio" o orçamento da agência. Segundo ele,
em 2009 foram destinados
R$ 350 milhões à Abin -sendo
que 85% é gasto com o pagamento de salários.
O nome de Trezza para diretor-geral da Abin foi aprovado
pela Comissão de Relações Exteriores por 14 votos a favor, 1
contra e 1 abstenção. A escolha
será referendada pelo plenário
do Senado na próxima semana.
Trezza também afirmou que
a agência monitora o MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e identificou redução no número de
militantes. Sem detalhar como
é feito o acompanhamento, ele
disse que a Abin conhece o modus operandi do movimento,
mas que não é possível prever
ações como a derrubada de pés
de laranja provocada pelo MST
no interior de São Paulo.
"Sempre que houve ameaça
ao patrimônio público, fizemos
ações de inteligência. O episódio [em São Paulo] é uma possibilidade de ocorrência que foge,
às vezes, à atividade de inteligência", afirmou ele.
Nenhum dos 16 senadores
presentes à sabatina questionou Trezza sobre quando ele
atuou com o banqueiro Daniel
Dantas. De fevereiro de 2002 a
março de 2003, ele foi diretor
de Seguridade da Fundação
BrTPrev, criada para cuidar dos
planos de benefícios dos funcionários da Brasil Telecom. À
época, Dantas detinha o controle majoritário da empresa.
Trezza também afirmou estar impedido de punir os 80
servidores cedidos para ajudar
na Operação Satiagraha da PF,
que prendeu Dantas, por não se
tratar de ação da agência.
Irritado por ter sido alvo de
suposto grampo em meio à Satiagraha, o senador Heráclito
Fortes (DEM-PI) acusou a
Abin de "arapongagem". Trezza negou que tenha havido
grampos ilegais, mas não se
responsabilizou por gestões
anteriores.
Ele assumiu interinamente
em 2008, quando o ex-diretor-geral Paulo Lacerda foi afastado da Abin após denúncias de
que senadores e o presidente
do STF, Gilmar Mendes, tinham sido alvo de escuta clandestina.
(FERNANDA ODILLA)
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