São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Interino da Abin afirma que recurso da agência é "pífio"

Em sabatina em que foi aprovado para chefiar Abin, Wilson Trezza revela que agência "monitora" MST

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Durante sabatina ontem no Senado, o diretor interino da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Wilson Trezza, classificou de "pífio" o orçamento da agência. Segundo ele, em 2009 foram destinados R$ 350 milhões à Abin -sendo que 85% é gasto com o pagamento de salários.
O nome de Trezza para diretor-geral da Abin foi aprovado pela Comissão de Relações Exteriores por 14 votos a favor, 1 contra e 1 abstenção. A escolha será referendada pelo plenário do Senado na próxima semana.
Trezza também afirmou que a agência monitora o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e identificou redução no número de militantes. Sem detalhar como é feito o acompanhamento, ele disse que a Abin conhece o modus operandi do movimento, mas que não é possível prever ações como a derrubada de pés de laranja provocada pelo MST no interior de São Paulo.
"Sempre que houve ameaça ao patrimônio público, fizemos ações de inteligência. O episódio [em São Paulo] é uma possibilidade de ocorrência que foge, às vezes, à atividade de inteligência", afirmou ele.
Nenhum dos 16 senadores presentes à sabatina questionou Trezza sobre quando ele atuou com o banqueiro Daniel Dantas. De fevereiro de 2002 a março de 2003, ele foi diretor de Seguridade da Fundação BrTPrev, criada para cuidar dos planos de benefícios dos funcionários da Brasil Telecom. À época, Dantas detinha o controle majoritário da empresa.
Trezza também afirmou estar impedido de punir os 80 servidores cedidos para ajudar na Operação Satiagraha da PF, que prendeu Dantas, por não se tratar de ação da agência.
Irritado por ter sido alvo de suposto grampo em meio à Satiagraha, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) acusou a Abin de "arapongagem". Trezza negou que tenha havido grampos ilegais, mas não se responsabilizou por gestões anteriores.
Ele assumiu interinamente em 2008, quando o ex-diretor-geral Paulo Lacerda foi afastado da Abin após denúncias de que senadores e o presidente do STF, Gilmar Mendes, tinham sido alvo de escuta clandestina. (FERNANDA ODILLA)


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