São Paulo, quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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Procuradoria do PR inocenta Richa de acusação de desvio

Parecer indica falta de provas de participação do prefeito em caixa dois; investigação deve continuar

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Parecer da Procuradoria Regional Eleitoral entregue ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná inocentou o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), de participação pessoal em suposto caixa dois no comitê de apoio à sua reeleição. A Procuradoria indicou falta de provas contra o prefeito.
No mesmo parecer, a Procuradoria também pediu continuidade da investigação para indicar eventuais responsáveis pela manipulação de dinheiro supostamente sem origem comprovada no comitê.
O procurador Neviton Guedes, que assina o documento, disse que ouviu 15 pessoas e que somente o denunciante, o empresário Rodrigo Oriente, que trabalhou no comitê, apontou a participação de Richa.
Os demais, segundo Guedes, negaram conhecimento do prefeito sobre o suposto esquema. O TRE agora deve julgar o parecer e decidir se o caso será enviado para apuração em primeira instância no Ministério Público Eleitoral ou arquivado.
Embora destacando falta de provas contra Richa, o procurador declarou que o prefeito admitiu em depoimento que a estrutura do comitê fazia parte de sua campanha à reeleição.
Batizado de "Lealdade", o comitê era formado por ex-candidatos a vereador que saíram do PRTB. Eles discordaram de decisão da cúpula do partido no Paraná de se coligar com o PTB.
Richa sempre negou ter atuado em caixa dois e disse que o caso era uma armação para prejudicá-lo politicamente em razão de sua possível candidatura ao governo do Estado.
Vinte e oito pessoas aparecem em gravações dentro de escritório do comitê recebendo dinheiro que não teve a devida prestação de contas na Justiça Eleitoral. As imagens foram captadas por uma webcam.
Os vídeos foram divulgados em junho por Rodrigo Oriente. Ele afirmou que não conseguiu cobrar um empréstimo de campanha feito ao coordenador do comitê, Alexandre Gardolinski. Ele aparece nas imagens preenchendo recibos falsos de despesas do comitê, acusação que Gardolinski negou.


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