|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PDT desiste de se opor
ao PMDB no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após se entender com o presidente do PT, José Dirceu, o PDT
desistiu de formar um bloco com
o PFL e o PSDB para disputar a
presidência do Senado contra o
PMDB. Em conversa com o senador Jefferson Peres (PDT-AM),
autor da idéia da aliança, Dirceu
classificou a aliança com o PMDB
como indispensável para garantir
a maioria do novo governo.
Dirceu encontrou-se com Peres
na noite de terça-feira. Ele se desculpou por não ter avisado o PDT,
sigla aliada no segundo turno da
eleição presidencial, do acordo
com o PMDB, pelo qual os peemedebistas indicam o candidato a
presidente do Senado e o PT o da
Câmara, por disporem da maior
bancada nas Casas.
O presidente do PT também assegurou ao senador que o PDT terá participação no governo. Só
não disse qual, nem Peres perguntou. Pela manhã, Leonel Brizola
havia telefonado a Peres avisando-o que ele seria procurado por
Dirceu, que tinha delegação do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula
da Silva, inclusive para negociar a
composição do governo.
"Não reivindicamos cargos
nem em nível federal nem nos Estados. Nosso apoio não é fisiológico", disse Peres.
Após a conversa com Dirceu,
Peres praticamente descartou a
possibilidade de o PDT integrar
um bloco com o PSDB e o PFL a
fim de disputar a presidência do
Senado. A idéia havia sido lançada pelo próprio pedetista e previa
a candidatura do atual vice-presidente Marco Maciel, eleito para o
Senado pelo PFL de Pernambuco.
Ao filiar o senador Luiz Otávio
(PA), que estava sem partido, o
PMDB, de acordo com Peres, assegurou a maior bancada (20 senadores) em relação ao PFL, que
tem 19 senadores. A sigla ainda
deve contar com o ingresso do senador João Mota, suplente do senador Paulo Hartung (PSB), eleito governador do Espírito Santo.
"Com a maioria aritmética [do
PMDB], essa hipótese [constituição do bloco] desapareceu", disse
Peres. O PFL e PSDB não responderam à sondagem feita pelo senador sobre a possível aliança.
Restam ao PDT duas alternativas: negociar uma composição
com o PMDB, por meio da qual
tentaria obter a presidência de
uma comissão temática, ou votar
em branco, caso o nome a ser indicado pelos peemedebistas não
seja do seu agrado. O nome deve
sair entre os senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP).
A formação de um bloco com o
PFL também refluiu no PSDB,
embora o presidente da legenda,
José Aníbal (SP), diga que se trata
de um assunto "ainda em aberto".
(RAYMUNDO COSTA)
Texto Anterior: Transição: Lula faz convite a Itamar, que pede tempo para "reflexão" Próximo Texto: Dissidentes do PMDB querem convenção Índice
|