São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002

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Dissidentes do PMDB querem convenção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os rebeldes do PMDB estão finalizando a coleta de assinaturas para convocar uma convenção nacional do partido, à revelia da Comissão Executiva Nacional, com o objetivo de decidir pelo apoio ou não ao futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A idéia do grupo é apresentar o documento na próxima terça.
O objetivo dos rebeldes é tirar poder da atual cúpula do partido e criar outro canal de negociação com o governo Lula. Com a manobra, alguns peemedebistas também pretendem desestabilizar a candidatura do líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), à presidência da Casa.
Um dos autores da idéia de convocar uma convenção nacional é o senador José Sarney (PMDB-AP), que disputa com Renan a indicação da bancada para ser o futuro presidente do Senado. O próximo ocupante do cargo será eleito em fevereiro de 2003.
Tradicionalmente, o partido com maior bancada indica o presidente. Pelo quadro atual, o PMDB terá o maior número de senadores a partir do próximo ano: 20, um a mais do que o PFL.
De acordo com os rebeldes, uma convenção tornaria oficial um eventual apoio do partido ao governo do PT. Segundo um deles, negociando apenas com a atual cúpula do PMDB, Lula ficará nas mãos de "meia dúzia".
Estão por trás dessa articulação, entre outros, os senadores José Sarney (AP), Maguito Vilela (GO), Iris Rezende (GO) e Roberto Requião (PR) -governador eleito-, Orestes Quércia, o ex-deputado Paes de Andrade (CE) e presidentes de alguns diretórios estaduais. Como a Executiva não vai convocar a convenção, isso pode ocorrer pela assinatura de 9 dos 27 presidentes de diretórios estaduais (um terço). Integrantes do grupo rebelde afirmam que nove assinaturas já foram obtidas, mas a intenção é chegar a mais da metade dos diretórios.

PSDB
O PSDB está montando uma equipe para acompanhar de perto se o PT vai cumprir -ou não- as promessas de campanha, a começar pela tramitação de reformas anunciadas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao final do segundo turno: previdenciária, tributária, trabalhista, sindical e política.
Essa equipe também está coletando dados das realizações de FHC em temas que o PT usa como bandeira, como programas sociais (Bolsa-Escola, Bolsa-Renda, Bolsa-Alimentação, etc), salário mínimo, combate à seca, assistência à saúde, entre outros.
(RAQUEL ULHÔA e ANDRÉA MICHAEL)



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