São Paulo, sexta-feira, 15 de novembro de 2002

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NO AR

Segundo o delegado

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

A história de Suzane, que matou os pais, se mantém com dificuldade na TV.
Sônia Abrão, que foi garota-propaganda malufista, pedia ontem a opinião do enésimo psiquiatra, no SBT:
- É possível matar e depois fazer sexo, doutor?
Se uma das histórias de apelo familiar vai perdendo força, a TV apela à outra.
E tome a expressão "segundo o delegado", sem parar, na cobertura dos telejornais para o caso Pedrinho -que ocupou quase todo o tempo antes dedicado ao caso Suzane.
 
De volta aos "doutores" dos programas populares, "doutora Havanir" priorizou Luciana Gimenez, anteontem na Rede TV!, para sua resposta sobre a venda de vagas do Prona.
Chamada de "doutora Ivanir" pela apresentadora, a deputada estadual eleita falou aos trancos como na campanha:
- É uma perseguição clara e inequívoca contra nós! Têm medo da nossa ascensão!
Sobre a venda:
- É mentira! Nunca fiz exigência nenhuma! Peço uma colaboração espontânea!
Ontem na CBN, com os mesmos soluços de discurso, a deputada eleita chamou a Globo, que noticiou a venda, de "sensacionalista" -e se declarou ameaçada de morte etc.
Na paranóia da "orquestração gigantesca" e na retórica de soluços, "doutores" Enéas e Havanir fazem lembrar discursos de mais de meio século atrás, na Alemanha e na Itália.
Sobre o caso, propriamente, vale recordar que este jornal noticiou a mesma venda de vagas há cinco anos. Então, o preço atingia R$ 7.000.
O Ministério Público ameaçou investigar, mas nada aconteceu. Pelo menos agora está mais barato, R$ 5.000.
 
Para não desacreditar inteiramente da Justiça, registre-se a notícia do Jornal Nacional, anteontem, de que "o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo cassou a candidatura de José Carlos Gratz".
O deputado estadual reeleito recorreu ontem.
 
Até FHC já anda tratando da distribuição de cargos do futuro governo petista.
Mas Lula se nega e prefere falar da campanha contra a fome. Ontem, relatou uma conversa com o "fenômeno":
- O Ronaldinho disse que tem toda a disposição de participar da campanha de combate à fome. Vocês sabem que ele é embaixador da ONU nessa questão. Eu vou conversar com ele assim que ele chegar ao Brasil, no dia 22 ou 23.


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