São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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Outro lado

"Polícia" reduziu criminalidade, dizem ticunas

DA AGÊNCIA FOLHA, EM TABATINGA E BENJAMIN CONSTANT (AM)

Os ticunas dizem que as milícias reduziram a criminalidade. Antes os jovens se reuniam para consumir uma mistura de cocaína com cachaça e se confrontavam pelas ruas, o que resultava em agressões, roubos e homicídios.
"Não somos mais um território para as drogas", disse o "delegado" João Vitorino, 43, de Belém do Solimões. Hoje as ruas, o campo de futebol e as ruínas de uma igreja são controlados pela milícia: 180 "soldados" para uma população de 5.000 índios.
Em um barracão rústico, foram improvisadas celas para meninas e meninos infratores. Usam palmatória nos castigos.
O líder indígena Juscelino Farias disse que há um ticuna colombiano na comunidade que faz parte das Farc e está ajudando na fabricação de bombas caseiras. Ele negou que as milícias recebam treinamento das Farc.
Numa cela que a milícia usa para prender mulheres, havia quatro garrafas de coquetel Molotov -assunto que os milicianos não quiseram comentar.
A comunidade de Umariaçu 2 fica em Tabatinga. São 4.300 índios. Foi lá que os ticunas formaram, em fevereiro, a 1ª Companhia da Piasol. O "delegado" Elias Grande Ferreira, 28, pediu autorização ao Ministério Público na semana passada para os "soldados" usarem armas de fogo, o que foi negado: "Fomos abandonados por 500 anos. Agora tomamos uma providência, e não vamos voltar atrás".


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