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Outro lado
"Polícia" reduziu criminalidade, dizem ticunas
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TABATINGA
E BENJAMIN CONSTANT (AM)
Os ticunas dizem que as
milícias reduziram a criminalidade. Antes os jovens se reuniam para consumir uma mistura de cocaína com cachaça e se
confrontavam pelas ruas,
o que resultava em agressões, roubos e homicídios.
"Não somos mais um
território para as drogas",
disse o "delegado" João
Vitorino, 43, de Belém do
Solimões. Hoje as ruas, o
campo de futebol e as ruínas de uma igreja são controlados pela milícia: 180
"soldados" para uma população de 5.000 índios.
Em um barracão rústico, foram improvisadas
celas para meninas e meninos infratores. Usam
palmatória nos castigos.
O líder indígena Juscelino Farias disse que há um
ticuna colombiano na comunidade que faz parte
das Farc e está ajudando
na fabricação de bombas
caseiras. Ele negou que as
milícias recebam treinamento das Farc.
Numa cela que a milícia
usa para prender mulheres, havia quatro garrafas
de coquetel Molotov -assunto que os milicianos
não quiseram comentar.
A comunidade de Umariaçu 2 fica em Tabatinga.
São 4.300 índios. Foi lá
que os ticunas formaram,
em fevereiro, a 1ª Companhia da Piasol. O "delegado" Elias Grande Ferreira,
28, pediu autorização ao
Ministério Público na semana passada para os "soldados" usarem armas de
fogo, o que foi negado:
"Fomos abandonados por
500 anos. Agora tomamos
uma providência, e não vamos voltar atrás".
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