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CASO BATTISTI
Lula dá conselho sobre greve de fome e diz que espera STF
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
Ao ser questionado ontem
em Paris sobre a greve de fome anunciada pelo ex-militante italiano de extrema esquerda Cesare Battisti, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva reagiu, inicialmente,
com um gracejo: "Se eu fosse
o Battisti, não faria greve de
fome. Eu fiz por seis dias e é
muito ruim". O presidente
referiu-se ao período em que
ele e dirigentes sindicais ficaram presos em 1980.
Depois, Lula respondeu
mais seriamente sobre o pedido de extradição do italiano, que está sendo julgado no
Supremo. "O presidente da
República do Brasil pouco
pode fazer quando o processo esta na mão da instância
superior da Justiça brasileira. Tenho que esperar a decisão da Suprema Corte para
saber se sobra para a Presidência da República alguma
coisa para fazer."
Lula encontrou-se ontem
com o presidente francês,
Nicolas Sarkozy, para discutir uma estratégia comum na
reunião sobre a conferência
da ONU de mudanças climáticas, em Copenhague, que
será realizada em dezembro.
Battisti, que está preso em
Brasília enquanto aguarda a
conclusão do julgamento do
Supremo sobre o pedido de
extradição feito pelo governo
da Itália, anunciou na sexta-feira por carta ter iniciado
uma greve de fome.
O julgamento no Supremo
foi interrompido na última
quinta-feira e será retomado
nesta semana. Falta apenas o
voto do presidente da corte,
Gilmar Mendes, que deverá
ser favorável à extradição. A
dúvida é se o presidente Lula
vai se manifestar após o julgamento do Supremo e interceder por Battisti.
Segundo a Folha apurou,
apesar de negar as quentinhas que lhe são oferecidas
pela carceragem, Batistti
tem em sua cela alguns biscoitos e doces.
O advogado do italiano,
Luís Roberto Barroso, afirmou ontem que não foi avisado por seu cliente sobre o
início da greve de fome e não
aconselharia tal ato.
Colaboraram a Sucursal de Brasília e
a Reportagem Local
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