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Pequenas mudanças reduziriam demora
da Reportagem Local
Pequenas mudanças legislativas
e alterações em procedimentos
consolidados poderiam acelerar o
andamento de processos ou, pelo
menos, dar maior racionalidade
ao funcionamento do Judiciário.
Há casos que demoram 20 anos
por razões que até para os especialistas parecem irreais. Entre eles,
estão os pedidos de usucapião de
áreas na zona leste de São Paulo
que já foram reservas indígenas.
Há muito tempo foi editado um
decreto determinando que essas
áreas não são mais indígenas. Mesmo assim, a pessoa que entra com
pedido de usucapião na Justiça Estadual é obrigada a aguardar que o
processo vá para a Justiça Federal e
volte, sem qualquer mudança.
Isso porque a Procuradoria da
Fazenda se manifesta nos processos que vão para a Justiça Estadual
e diz que há interesse da União no
caso, o que transfere o processo
para a área federal. Quando chega
ao juiz federal, ele invariavelmente
decide que o caso não é seu, já que
a área não é mais indígena. O caso,
então, volta à Justiça Estadual, em
que tudo havia começado.
Só então o pedido de usucapião
começará a ser julgado. O promotor Ronaldo Porto Macedo Jr.
atuou num caso que demorou 18
anos para ser julgado, por problemas na petição apresentada em 78.
Atualmente, Macedo é promotor
na área de Registros Públicos, função que considera absolutamente
desnecessária. Na grande maioria
dos casos, os processos do setor
envolvem interesses particulares
-como o do usucapião-, distantes da missão do Ministério Público de defesa do interesse público.
Entre outros setores em que ele
considera desnecessária a atuação
do Ministério Público estão falências e acidentes de trabalho.
O juiz-diretor do Fórum João
Mendes, Wiliam Lima Cabral,
acredita que alguns casos nem deveriam chegar ao Judiciário. Cabral cita os casos de separações
consensuais, nos quais as partes
estão de acordo e vão à Justiça apenas para homologar a decisão.
(CT)
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