São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

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A CAMINHO DA POSSE

Dirceu diz que conversa com PMDB deve ser acelerada; Brizola reclama do tratamento dado ao PDT

Ministério sai até quinta-feira, diz Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, espera divulgar os nomes restantes de seu ministério até meados desta semana.
"Provavelmente, na quarta ou na quinta-feira próximas", afirmou Lula, após passar cerca de uma hora atendendo a uma fila de cumprimentos por sua diplomação, ontem.
A composição do governo Lula dominou as conversas nos bastidores da diplomação, realizada no plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A nota dissonante foi o presidente do PDT, Leonel Brizola, que reclamou da forma como o PT vem conduzindo a questão em relação à sigla.

PMDB
No que se refere ao PMDB, o futuro chefe da Casa Civil do governo Lula, deputado José Dirceu (SP), afirmou que "não há pressa", mas a negociação deve ser acelerada a partir deste final de semana. Segundo Dirceu, o acordo depende também das conversas internas que os peemedebistas estão realizando.
Dirceu negou que houvesse alguma definição em relação a Carlos Lessa, cujo nome tem sido especulado para o Ministério do Planejamento.
O fato é que não há ainda uma indicação formal do PMDB do nome do economista.
Questionado sobre se manterá a interlocução com o PMDB, Dirceu afirmou que, se a sigla não quiser mais negociar com ele, deve comunicar esse fato a Lula.
O presidente eleito decidirá o que fazer.

Convencimento
O novo presidente do PT, José Genoino (SP), afirmou que o governo Lula, como vez sendo dito repetidas vezes pelo próprio presidente eleito, "não pode errar" na política. Por isso é crucial "ampliar" as alianças para ter a maioria na Câmara e no Senado, na próxima Legislatura.
Isso inclui um trabalho de convencimento dentro do próprio PT, onde existem setores que têm manifestado resistências a nomes já indicados para compor o governo.
O exemplo mais claro é o da senadora Heloísa Helena (PT-AL), que ameaça votar contra a indicação de Henrique Meirelles, cuja origem é o PSDB, para a presidência do Banco Central.
"Vamos ter o voto dela no convencimento e no bom senso. Antes de discutir punição eu quero discutir convencimento", afirmou Genoino.
Tanto Dirceu como Genoino asseguraram que o PT tem mantido conversas institucionais com o PDT, por meio inclusive de Brizola. Por isso, não seriam justificadas suas queixas de que o partido estaria sendo ignorado com a eventual escolha do deputado Miro Teixeira (RJ) para o Ministério das Comunicações.
O futuro ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que no dia 1º de janeiro trocará todo o primeiro escalão do ministério. Questionado sobre a diretoria do Banco Central, disse que esse era um assunto a ser definido por Henrique Meirelles.


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