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Freud é inocentado em relatório
Nome de ex-assessor de Lula foi citado por Gedimar Passos, um dos envolvidos no dossiegate, à PF
Relator declara que autos não apresentam indícios de que ele tenha participado da compra do dossiê; deputado tucano levanta suspeitas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-assessor especial da
Presidência da República
Freud Godoy foi inocentado no
relatório final da CPI dos Sanguessugas. Freud foi apontado
inicialmente por Gedimar Passos, emissário petista encarregado da negociação do dossiê
antitucanos, como a pessoa que
havia autorizado o pagamento
pelo material.
A CPI ressaltou que posteriormente Gedimar voltou
atrás na declaração sobre
Freud, dizendo que havia mencionado seu nome após ser
pressionado pela Polícia Federal a citar um petista importante que teria envolvimento no
caso. "Não surgiu nos autos
qualquer envolvimento adicional da figura de Freud Godoy
nos eventos apurados da operação, a despeito do muito que foi
dito pela imprensa sobre sua
eventual participação", diz o
relatório final do senador Amir
Lando (PMDB-RO).
O sub-relator de sistematização e controle, o deputado tucano Carlos Sampaio (SP), no
entanto, levantou uma série de
dados, com base na quebra de
sigilos telefônicos, que sugerem a participação de Freud na
negociação do material.
O material analisa telefonemas trocados entre os seis petistas diretamente envolvidos
no escândalo (Jorge Lorenzetti, Osvaldo Bargas, Expedito
Veloso, Hamilton Lacerda, Gedimar Passos e Valdebran Padilha), com Freud, o presidente
licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini, entre outros.
As ligações ocorreram no período de negociação do dossiê
(14 de agosto a 15 de setembro).
Sampaio registrou, por
exemplo, que no dia 23 de agosto, primeiro encontro entre
Gedimar e Expedito com Luiz
Antonio e Darci Vedoin (chefes
da máfia das ambulâncias), em
Cuiabá (MT), Freud ligou duas
vezes para Lorenzetti, apontado pela PF como o "articulador" da operação do dossiê.
De acordo com o material feito por Sampaio, no dia 29 de
agosto Expedito informou a
Valdebran, representante dos
Vedoin, que Lorenzetti achara
o preço cobrado pelo dossiê (R$
10 milhões) muito alto.
Nesse dia, Freud foi à sede do
PT. Ele alega que foi se informar sobre a qualidade do serviço que a empresa de sua mulher, a Caso Sistemas de Segurança, prestou ao PT. Nessa data, se encontrou com Gedimar.
No dia seguinte, há várias ligações entre os petistas do dossiegate e 26 telefonemas da
Presidência da República para
Freud. "Lorenzetti e Bargas,
quando recebiam as informações de Expedito, trocavam várias ligações com o ramal da
Presidência e com o próprio deputado Berzoini", informa o
texto do tucano. A Folha não
conseguiu falar com Freud até
o fechamento desta edição.
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