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Governo não está perturbado com fim da CPMF, diz Dilma
Ministra vai a Porto Alegre anunciar aval para empréstimo do Bird a Yeda, a quem chama de parte "lúcida" da oposição
Petista, cotada para 2010, afirma que equipe não
tem pressa para analisar alternativas: "Não iremos fazer nada atribulado"
SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) afirmou ontem, em
Porto Alegre, que o governo
não está "perturbado" pela derrubada da CPMF no Senado.
Cotada dentro do PT para
disputar a Presidência em
2010, Dilma disse que quem
perdeu com a queda de arrecadação, estimada em R$ 40 bilhões, foram os usuários do
SUS (Sistema Único de Saúde),
sobretudo os mais pobres.
"Tentamos [aprovar a prorrogação da CPMF] até o último
momento não por desespero,
mas por consciência da importância de colocar esse dinheiro
na saúde. Não estamos perturbados com esse fato além do
que o ministro [da Saúde José
Gomes] Temporão disse, que
estamos de luto pela saúde. O
governo está absolutamente
tranqüilo, fazendo uma avaliação serena para tomar as medidas necessárias para preservar
o crescimento do país."
A ministra afirmou ainda que
a equipe econômica analisa alternativas à redução de receita,
mas que não há "pressa" no governo para isso. "Não iremos
fazer nada atribulado, não temos pressa. O que temos é clareza que vamos manter o superávit primário, a robustez fiscal, a inflação sob controle, as
políticas sociais e o PAC."
Dilma também relacionou os
"setores mais lúcidos da oposição" entre os derrotados no
episódio, ao lado do governo e
da população carente. Incluiu
entre esses "setores lúcidos" os
governadores do PSDB que
apoiavam a prorrogação da
CPMF, como Aécio Neves
(MG), José Serra (SP) e Yeda
Crusius (RS) -a única citada
nominalmente pela ministra.
"Sabemos que há uma oposição responsável e isso é uma
coisa muito boa", disse.
Dilma foi a Porto Alegre informar oficialmente Yeda sobre a autorização, pela União,
de tomada de financiamento
pelo Estado com o Bird (Banco
Mundial) de US$ 1 bilhão. O
aval era necessário para a negociação ocorrer. O dinheiro será
usado para reestruturar parte
da dívida do Estado com a
União. A ministra, que completou ontem 60 anos, foi recepcionada por Yeda no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho,
com torta de chocolate, vela e
"parabéns gaúcho" (versão local do "Parabéns a Você") tocado em gaita e violão.
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