São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Governo não está perturbado com fim da CPMF, diz Dilma

Ministra vai a Porto Alegre anunciar aval para empréstimo do Bird a Yeda, a quem chama de parte "lúcida" da oposição

Petista, cotada para 2010, afirma que equipe não tem pressa para analisar alternativas: "Não iremos fazer nada atribulado"

SIMONE IGLESIAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmou ontem, em Porto Alegre, que o governo não está "perturbado" pela derrubada da CPMF no Senado.
Cotada dentro do PT para disputar a Presidência em 2010, Dilma disse que quem perdeu com a queda de arrecadação, estimada em R$ 40 bilhões, foram os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), sobretudo os mais pobres.
"Tentamos [aprovar a prorrogação da CPMF] até o último momento não por desespero, mas por consciência da importância de colocar esse dinheiro na saúde. Não estamos perturbados com esse fato além do que o ministro [da Saúde José Gomes] Temporão disse, que estamos de luto pela saúde. O governo está absolutamente tranqüilo, fazendo uma avaliação serena para tomar as medidas necessárias para preservar o crescimento do país."
A ministra afirmou ainda que a equipe econômica analisa alternativas à redução de receita, mas que não há "pressa" no governo para isso. "Não iremos fazer nada atribulado, não temos pressa. O que temos é clareza que vamos manter o superávit primário, a robustez fiscal, a inflação sob controle, as políticas sociais e o PAC."
Dilma também relacionou os "setores mais lúcidos da oposição" entre os derrotados no episódio, ao lado do governo e da população carente. Incluiu entre esses "setores lúcidos" os governadores do PSDB que apoiavam a prorrogação da CPMF, como Aécio Neves (MG), José Serra (SP) e Yeda Crusius (RS) -a única citada nominalmente pela ministra.
"Sabemos que há uma oposição responsável e isso é uma coisa muito boa", disse.
Dilma foi a Porto Alegre informar oficialmente Yeda sobre a autorização, pela União, de tomada de financiamento pelo Estado com o Bird (Banco Mundial) de US$ 1 bilhão. O aval era necessário para a negociação ocorrer. O dinheiro será usado para reestruturar parte da dívida do Estado com a União. A ministra, que completou ontem 60 anos, foi recepcionada por Yeda no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, com torta de chocolate, vela e "parabéns gaúcho" (versão local do "Parabéns a Você") tocado em gaita e violão.


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