São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Artigo de Geddel motiva o apoio da CNBB a bispo

DA REPORTAGEM LOCAL

O artigo do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, publicado na segunda-feira, em que chama o protesto de d. Luiz Cappio de antidemocrático e afirma que há bispos contrários à greve de fome do religioso foi fundamental para a CNBB sair em defesa do frade franciscano -embora não concorde com seu método.
Segundo a Folha apurou com bispos que participaram da redação da nota que conclama os cristão a se unirem em "jejum e oração" a Cappio, o artigo de Geddel passou o seguinte recado: o governo sabe que há bispos contrários ao protesto e aposta na divisão entre os membros da CNBB para isolar e enfraquecer Cappio.
Nos últimos anos, a Igreja Católica no Brasil tem evitado reeditar os embates públicos entre membros da entidade que foram comuns nos anos 80 e meados dos anos 90.
"Geddel sabe que a opinião sobre a transposição não é unânime, mas nós acreditamos em Cappio quando ele diz que o governo não cumpriu o acordo de 2005, para abrir o diálogo", afirma d. Orani Tempesta, arcebispo de Belém e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação Social da CNBB. "A igreja não desejaria que Cappio fizesse aquele gesto, mas nós nunca vamos deixá-lo sozinho."
É a mesma linha seguida por d. Pedro Luiz Stringhini, bispo auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB. "Não vamos pedir a ele que encerra a greve, porque tem liberdade de consciência. A nota da CNBB é mais de apoio a Cappio do que ao jejum. É um bom homem e não será isolado."
Os dois bispos participaram da redação da nota, que também foi assinada pelo presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio, e pelo secretário-geral da entidade, dom Dimas Lara Barbosa.
D. Demétrio Valentini, responsável pela Cáritas, entidade que financia obras assistenciais católicas, apóia Cappio. Ele afirma que o apoio da CNBB ajudará o bispo a encerrar a greve. "O importante é que ele não se sinta abandonado, porque um homem sozinho é capaz de gestos extremos. A melhor maneira de encerrar o jejum é mostrar que estamos com ele." (LEANDRO BEGUOCI)


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