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Artigo de Geddel motiva o apoio da CNBB a bispo
DA REPORTAGEM LOCAL
O artigo do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira
Lima, publicado na segunda-feira, em que chama o protesto
de d. Luiz Cappio de antidemocrático e afirma que há bispos
contrários à greve de fome do
religioso foi fundamental para
a CNBB sair em defesa do frade
franciscano -embora não concorde com seu método.
Segundo a Folha apurou
com bispos que participaram
da redação da nota que conclama os cristão a se unirem em
"jejum e oração" a Cappio, o artigo de Geddel passou o seguinte recado: o governo sabe que
há bispos contrários ao protesto e aposta na divisão entre os
membros da CNBB para isolar
e enfraquecer Cappio.
Nos últimos anos, a Igreja
Católica no Brasil tem evitado
reeditar os embates públicos
entre membros da entidade
que foram comuns nos anos 80
e meados dos anos 90.
"Geddel sabe que a opinião
sobre a transposição não é unânime, mas nós acreditamos em
Cappio quando ele diz que o
governo não cumpriu o acordo
de 2005, para abrir o diálogo",
afirma d. Orani Tempesta, arcebispo de Belém e presidente
da Comissão Episcopal para a
Cultura, Educação e Comunicação Social da CNBB. "A igreja
não desejaria que Cappio fizesse aquele gesto, mas nós nunca
vamos deixá-lo sozinho."
É a mesma linha seguida por
d. Pedro Luiz Stringhini, bispo
auxiliar de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal
para o Serviço da Caridade, da
Justiça e da Paz da CNBB. "Não
vamos pedir a ele que encerra a
greve, porque tem liberdade de
consciência. A nota da CNBB é
mais de apoio a Cappio do que
ao jejum. É um bom homem e
não será isolado."
Os dois bispos participaram
da redação da nota, que também foi assinada pelo presidente da CNBB, dom Geraldo
Lyrio, e pelo secretário-geral
da entidade, dom Dimas Lara
Barbosa.
D. Demétrio Valentini, responsável pela Cáritas, entidade
que financia obras assistenciais
católicas, apóia Cappio. Ele
afirma que o apoio da CNBB
ajudará o bispo a encerrar a
greve. "O importante é que ele
não se sinta abandonado, porque um homem sozinho é capaz de gestos extremos. A melhor maneira de encerrar o jejum é mostrar que estamos
com ele."
(LEANDRO BEGUOCI)
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