|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CUT diz que não aceita "diferenciação"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), João
Felício, criticou ontem a exclusão
dos militares do sistema único
previdenciário -que o governo
pretende criar por meio da reforma da Previdência.
"Isso está errado. O sistema único previdenciário não pode excluir ninguém. Por que quem usa
farda ou toga pode ter aposentadoria diferenciada da de quem
usa avental? Não vamos concordar com isso", afirma.
Para Felício, "se esse pessoal
[militares e juízes, por exemplo]
ficar de fora, fica insustentável defender a aposentadoria universal
para o restante das categorias, já
que são eles que têm a aposentadoria mais avantajada".
O presidente da CUT levará ao
governo sugestões para a reforma
na Previdência. A central defende
a aposentadoria única para todos
-um teto de 20 salários mínimos
(em torno de R$ 4.000). E vai sugerir também que a Previdência
seja administrada não só pelo governo, mas também por empresários, trabalhadores e aposentados.
"Esse dinheiro é nosso, o Estado
só administra."
Na análise da direção da CUT,
quem quiser ter uma aposentadoria maior poderá participar de um
fundo de pensão público, no caso
dos funcionários públicos. "Um
juiz que quer ter uma aposentadoria de R$ 15 mil por mês tem
que pagar uma parte. No fundo de
pensão das empresas é assim."
A CUT sugere ainda que o governo mantenha a aposentadoria
por tempo de tempo de contribuição -35 anos para os homens e
30 anos para as mulheres- e não
por idade. "Se for por idade, o filho do rico vai trabalhar menos
do que o filho do pobre, que começa a trabalhar mais cedo. Isso é
injusto."
(FÁTIMA FERNANDES)
Texto Anterior: Contribuição de militares não aumentará Próximo Texto: Congresso: Planalto age para adiar reunião do PMDB Índice
|