São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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Painel

VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br

Público interno

Em almoço ontem com deputados de Goiás e Tocantins, Arlindo Chinaglia (PT-SP) prometeu defender colegas que sofrem "acusações injustas". "Quem erra tem que pagar, mas quem é acusado sem justificativa, como acorreu muitas vezes nos últimos anos, merece ser defendido. Tem que haver justiça dos dois lados", disse o candidato à presidência da Câmara.
Ele quer fortalecer a Procuradoria Parlamentar, órgão interno que tem somente cinco advogados para defender os deputados. Chinaglia tem acusado seu oponente, Aldo Rebelo (PC do B-SP), de falta de "firmeza" para defender a Casa de escândalos.
Na mesma reunião, o petista disse que definir salários é "prerrogativa da Casa", da qual não abrirá mão.

Deu zebra 1. A disputa na Câmara enterrou o sonho do PT de formar uma frente permanente com PSB e PC do B, que envolveria um programa comum e coligação em todos os municípios estratégicos nas eleições de 2008.

Deu zebra 2. Socialistas e comunistas dizem que a relação com o PT terá que ser reconstruída antes de se falar no assunto. "O PT passou por cima de seus aliados históricos em nome da aritmética", diz Roberto Amaral (PSB).

Alto-falante. Aldo Rebelo (PC do B-SP) aumentou o tom das críticas ao PT no fim de semana. A deputados de Roraima, criticou a demarcação de terras indígenas -impopular no Estado- pelo governo. Só esqueceu de lembrar que era ministro à época.

Comichão. Gustavo Fruet (PSDB-PR) precisa apenas de um empurrãozinho para aceitar ser o candidato da terceira via na Câmara. Se na reunião de hoje houver a adesão de pelo menos 15 tucanos e se tiver garantia de 80 votos, ele topa.

Travesseiro. Marco Aurélio Garcia perdeu o vôo que levou a comitiva de Lula ao Equador. Mal-humorado ao chegar ao Planalto, de óculos escuros, comentou: "O despertador não tocou".

Nós também. Seguindo a onda da Câmara e do Senado, o TCU também quer mais cargos. Pede a criação de 179 funções de confiança, a um custo mensal de R$ 282 mil.

Prestígio 1. A posse do "doador universal" Paulo Okamotto para um novo mandato no Sebrae reuniu a cúpula do governo e causou engarrafamento na porta de um hotel de Brasília. Um telão foi instalado para convidados que não conseguiram lugar.

Prestígio 2. De saída do governo Lula, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) prestigiou a posse de Okamotto -o mesmo a quem tentou derrubar do Sebrae há alguns meses.

Ambulância. Com pressa, o carro do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) furou fila pela contramão para vencer o congestionamento na porta do evento.

CIA tropical. O projeto da Abin para o segundo mandato de Lula inclui, além da obtenção de autorização para fazer escutas telefônicas, aumento do seu efetivo em cerca de 30% em quatro anos.

Aliado. Centrais sindicais preparam manifesto pedindo a permanência de Eugênio Bucci no comando da Radiobrás. Quem encabeça a iniciativa é a Força Sindical, que alega ter espaço no noticiário da estatal mesmo fazendo oposição ao governo Lula.

Oportunismo. Do líder do PTB na Assembléia paulista, Campos Machado, sobre a idéia do PT de criar a CPI do Metrô: "Não se pode admitir usar uma tragédia como palanque político para desgastar a gestão Serra logo no início".

Casa Cor. Yeda Crusius (PSDB) vai transferir a representação do governo gaúcho em Brasília de um conjunto do setor comercial para uma ampla casa no Lago Sul.

Tiroteio

"A presença de Lula no Fórum Social em país africano consolidaria a política externa de seu governo. Sua ausência será uma decepção". Do secretário de Relações Internacionais da CUT, JOÃO FELÍCIO, sobre o fato de o presidente Lula ter descartado ir ao Fórum Social Mundial, que este ano será realizado em Nairóbi, no Quênia.

Contraponto

Pontos de vista

Em 2005, o PT contava com a vitória fácil de Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) para a presidência da Câmara, mas foi surpreendido quando ele foi para o segundo turno contra Severino Cavalcanti (PP-PE). Como ocorre agora, petistas passaram a cortejar a oposição para eleger seu candidato. O então líder do governo, Professor Luizinho (PT-SP), abordou Zulaiê Cobra (PSDB-SP):
-Zulaiê, independentemente de vocês serem oposição, votar contra o Severino é uma questão de patriotismo!
A tucana deu uma gargalhada e respondeu:
-Uma ova! Patriotismo para mim é derrotar o PT!
Severino foi eleito com folga.


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