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Bloco liderado por PL decide apoiar Chinaglia na Câmara
Em troca, partido deve levar 4ª secretaria da Mesa, que administra auxílio-moradia
Cargo deve ser ocupado por Inocêncio Oliveira (PL), que apoiava Aldo e, em 2005, chegou a trocar empurrões com petista no plenário
SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As bancadas do PL, PSC e
Prona, que deverão formar um
bloco na futura legislatura,
anunciaram ontem, em conjunto, o apoio formal à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara.
No caso do PL e do Prona, as
siglas aguardam a autorização
da Justiça Eleitoral para se unirem no novo PR (Partido da República). Juntos, os dois partidos elegeram 25 deputados. O
PSC terá outros oito.
Segundo o líder do futuro PR,
Luciano Castro (RR), o partido
se juntará ao PSC para a formação de um bloco -cuja expectativa é que reúna 44 deputados.
A votação para decidir os rumos dos três partidos foi feita
em conjunto. No total, 27 deputados escolheram Chinaglia,
contra seis que disseram ser favoráveis ao atual presidente,
Aldo Rebelo (PC do B-SP). Só
votaram os deputados que foram eleitos ou reeleitos.
Para obter o apoio dos três
partidos, Chinaglia ofereceu
ceder a quarta-secretaria -hoje ocupada por João Caldas, do
PL- ao deputado Inocêncio
Oliveira (PL-PE), atual primeiro-secretário da Casa. Além
disso, o senador Alfredo Nascimento (PL-AM) negocia reassumir o Ministério dos Transportes, que deixou no início de
2006 para disputar as eleições.
A quarta-secretaria é responsável pela administração dos
apartamentos funcionais e do
chamado auxílio-moradia concedido aos parlamentares para
hospedagem em Brasília.
Chinaglia e Luciano Castro
negaram que o apoio tenha sido
costurado em razão do cargo na
Mesa. "Se fosse nessa lógica,
não teria cargo para todo mundo", afirmou o petista. "Ele
(Chinaglia) reúne as melhores
condições", disse Castro.
Inocêncio é um dos parlamentares com melhor interlocução no chamado "baixo clero" e até então trabalhava pela
candidatura de Aldo. Ontem,
ele atribuiu a mudança de lado
à "fidelidade partidária". "Vou
acompanhar o meu partido e tive a hombridade de comunicar
ao presidente Aldo. Acho que
partido é coisa muito séria."
Em outubro de 2005, na votação da "MP do Bem", Inocêncio e Chinaglia trocaram empurrões. À época, Inocêncio
disse: "Um dia, encontro ele no
corredor". Ontem, a briga era
coisa do passado. "Vou pedir
votos para ele a partir de agora", disse Inocêncio.
Questionado sobre a perda
do apoio de Inocêncio, Aldo
disse apenas que "o processo
tem um desfecho a ser definido
em 1º de fevereiro" e que tem
votos em todos os partidos.
Chinaglia disse ontem esperar pela adesão do PP e do PTB
até amanhã. Ele já recebeu o
apoio formal do PMDB e do
PSDB. Mesmo com as divergências entre tucanos, ele descartou a possibilidade de o
PSDB rever a decisão. "A consulta foi ampla", disse.
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