São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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Bloco liderado por PL decide apoiar Chinaglia na Câmara

Em troca, partido deve levar 4ª secretaria da Mesa, que administra auxílio-moradia

Cargo deve ser ocupado por Inocêncio Oliveira (PL), que apoiava Aldo e, em 2005, chegou a trocar empurrões com petista no plenário


SILVIO NAVARRO
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As bancadas do PL, PSC e Prona, que deverão formar um bloco na futura legislatura, anunciaram ontem, em conjunto, o apoio formal à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara.
No caso do PL e do Prona, as siglas aguardam a autorização da Justiça Eleitoral para se unirem no novo PR (Partido da República). Juntos, os dois partidos elegeram 25 deputados. O PSC terá outros oito.
Segundo o líder do futuro PR, Luciano Castro (RR), o partido se juntará ao PSC para a formação de um bloco -cuja expectativa é que reúna 44 deputados.
A votação para decidir os rumos dos três partidos foi feita em conjunto. No total, 27 deputados escolheram Chinaglia, contra seis que disseram ser favoráveis ao atual presidente, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Só votaram os deputados que foram eleitos ou reeleitos.
Para obter o apoio dos três partidos, Chinaglia ofereceu ceder a quarta-secretaria -hoje ocupada por João Caldas, do PL- ao deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE), atual primeiro-secretário da Casa. Além disso, o senador Alfredo Nascimento (PL-AM) negocia reassumir o Ministério dos Transportes, que deixou no início de 2006 para disputar as eleições.
A quarta-secretaria é responsável pela administração dos apartamentos funcionais e do chamado auxílio-moradia concedido aos parlamentares para hospedagem em Brasília.
Chinaglia e Luciano Castro negaram que o apoio tenha sido costurado em razão do cargo na Mesa. "Se fosse nessa lógica, não teria cargo para todo mundo", afirmou o petista. "Ele (Chinaglia) reúne as melhores condições", disse Castro.
Inocêncio é um dos parlamentares com melhor interlocução no chamado "baixo clero" e até então trabalhava pela candidatura de Aldo. Ontem, ele atribuiu a mudança de lado à "fidelidade partidária". "Vou acompanhar o meu partido e tive a hombridade de comunicar ao presidente Aldo. Acho que partido é coisa muito séria."
Em outubro de 2005, na votação da "MP do Bem", Inocêncio e Chinaglia trocaram empurrões. À época, Inocêncio disse: "Um dia, encontro ele no corredor". Ontem, a briga era coisa do passado. "Vou pedir votos para ele a partir de agora", disse Inocêncio.
Questionado sobre a perda do apoio de Inocêncio, Aldo disse apenas que "o processo tem um desfecho a ser definido em 1º de fevereiro" e que tem votos em todos os partidos.
Chinaglia disse ontem esperar pela adesão do PP e do PTB até amanhã. Ele já recebeu o apoio formal do PMDB e do PSDB. Mesmo com as divergências entre tucanos, ele descartou a possibilidade de o PSDB rever a decisão. "A consulta foi ampla", disse.


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