|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aldo acusa petista de oferecer cargos a aliados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em aparente desvantagem
na disputa pela presidência da
Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) acusou ontem o seu adversário, Arlindo
Chinaglia (PT-SP), de negociar
acordos em Assembléias Legislativas e cargos em ministérios
em troca de apoio.
Foi o mais duro ataque até
agora, em uma eleição que já vinha num grau crescente de
atrito na base governista.
"Quando tivermos as idéias
de todos os candidatos postas
no debate nacional, [veremos]
o que é que querem para o Brasil: se a presidência da Câmara
tem de compor uma agenda do
país a partir daquilo que seja
apresentado na pauta do Executivo, do crescimento econômico, dos governadores e dos
prefeitos, ou se a presidência da
Câmara tem de ser eleita a partir de acordos regionais em torno de Assembléias Legislativas,
por exemplo, a partir de composições ou promessas ministeriais", disse o deputado.
"Essa é a diferença fundamental. Você elege o presidente da Câmara a partir desse tipo
de prática ou a partir de idéias,
de propostas e de uma agenda
para o país. É isso que está em
jogo", completou o comunista.
Na sexta-feira, o líder do
PSDB na Câmara, Jutahy Júnior, anunciou o apoio do partido a Chinaglia. A Folha apurou
que o acordo se deu após a promessa de o PT apoiar candidatos tucanos nas Assembléias de
São Paulo e Bahia.
O PMDB também declarou
apoio a Chinaglia, e aliados de
Aldo dizem, nos bastidores,
que o acordo também foi costurado com base em promessas
de espaço no Executivo.
Aldo poupou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
ao afirmar que não acredita
que o petista irá tomar partido
na eleição de um outro Poder.
Mas admitiu que o ministro
das Relações Institucionais,
Tarso Genro, articula pela candidatura de Chinaglia. Segundo
ele, Tarso, além de petista, é dirigente do partido, então seria
natural sua inclinação.
Críticas também partiram
ontem do PSB. "O PT e o governo disseram uma coisa e estão
fazendo outra. Disseram que
faríamos parte de um eixo de
esquerda, mas agora estão
prestigiando justamente os que
acusaram, criticaram e desprestigiaram o PT ao longo dos
últimos anos. Em troca do quê,
eu não sei", afirmou o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS).
O deputado também acusou
o PT de misturar a eleição na
Câmara com a discussão sobre
espaço político no governo.
"Está muito claro: disseram
que faríamos parte de um eixo
político, e hoje isso não existe.
O eixo do PT, hoje, é o PMDB",
reclamou.
(LETÍCIA SANDER, PEDRO DIAS LEITE E SILVIO NAVARRO)
Texto Anterior: Mato Grosso: Partido da república anuncia a filiação de Blairo Maggi Próximo Texto: Serra e Aécio apressam apoio a Chinaglia Índice
|