São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Serra e Aécio apressam apoio a Chinaglia

Governadores pedem que a reunião da bancada para oficializar adesão a petista seja antecipada para a próxima semana

Presidente da sigla, Tasso Jereissati quer discutir o assunto em reunião da Executiva; para o líder, Jutahy, bancada é soberana


CÁTIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sob pressão e preocupados com a perpetuação da rebelião no PSDB, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, pediram a antecipação da reunião que ratificaria a decisão da bancada de apoiar a candidatura do petista Arlindo Chinaglia (SP) à presidência da Câmara.
A reunião deverá acontecer já na semana que vem. Segundo o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), será necessário convocar não apenas a bancada, mas a Executiva Nacional do partido para que seja tomada uma posição oficial.
A sucessão na Câmara desencadeou uma crise no PSDB desde a semana passada. O atual líder do partido na Casa, Jutahy Júnior (BA), declarou o apoio da legenda a Chinaglia, após consultar os parlamentares por telefone. Logo em seguida, deputados tucanos protestaram pela forma como foi feita a consulta e até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nota considerando o anúncio precipitado.
Ontem, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), engrossou o coro dos descontentes. Em visita ao Palácio do Planalto para uma reunião com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Cunha Lima afirmou ter sido "surpreendido" pelo anúncio de apoio ao candidato do PT e reclamou que a bancada não foi consultada. Segundo ele, nenhum dos três deputados do PSDB da Paraíba foi ouvido.
O governador contou que ligou para Serra para questionar se havia realmente um acordo com petistas segundo o qual, em troca do apoio a Chinaglia, elegeriam um aliado do tucano à presidência da Assembléia Legislativa. "Liguei para o Serra, ele me disse que não tem nada a ver com isso. Falei: me avise, porque aí eu vou fazer composição também."
Na sexta-feira, Serra já tinha sugerido a Jutahy que a decisão fosse submetida aos deputados, em reunião. Dos Estados Unidos, Aécio telefonou para os deputados de Minas recomendando que a adesão fosse avalizada pela bancada, pondo um ponto final aos ruídos.
Antes, Aécio recebeu um telefonema de Tasso Jereissati. Na conversa, Tasso teria defendido a convocação da Executiva Nacional. Embora a avaliação seja de que o apoio ao petista teria vitória na Executiva, vigora no tucanato o argumento de que esse é uma assunto restrito à bancada na Câmara.
"A bancada é soberana. E tenho convicção de que o resultado da consulta por telefone será ratificada", disse Jutahy.
Aécio e Serra preferem que a reunião seja feita de imediato, nesta semana, encerrando a repercussão sobre o assunto. Mas como alguns deputados estão no exterior, a reunião foi convocada para a próxima semana.
Um dos temores com a demora em oficializar a posição do PSDB é que uma terceira candidatura, lançada pelo chamado "Grupo dos 30" - que reúne parlamentares de diversas legendas - acabe por atrair tucanos ávidos por publicidade. Nesse caso, o PSDB poderia ficar fora da mesa diretora.


Colaborou a Sucursal Brasília

Texto Anterior: Aldo acusa petista de oferecer cargos a aliados
Próximo Texto: Protesto: Juventude nacional do PSDB condena apoio de tucanos ao PT
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.