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Serra e Aécio apressam apoio a Chinaglia
Governadores pedem que a reunião da bancada para oficializar adesão a petista seja antecipada para a próxima semana
Presidente da sigla, Tasso Jereissati quer discutir o assunto em reunião da
Executiva; para o líder, Jutahy, bancada é soberana
CÁTIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob pressão e preocupados
com a perpetuação da rebelião
no PSDB, os governadores de
São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, pediram a antecipação da reunião
que ratificaria a decisão da bancada de apoiar a candidatura do
petista Arlindo Chinaglia (SP) à
presidência da Câmara.
A reunião deverá acontecer
já na semana que vem. Segundo
o presidente do PSDB, senador
Tasso Jereissati (CE), será necessário convocar não apenas a
bancada, mas a Executiva Nacional do partido para que seja
tomada uma posição oficial.
A sucessão na Câmara desencadeou uma crise no PSDB desde a semana passada. O atual líder do partido na Casa, Jutahy
Júnior (BA), declarou o apoio
da legenda a Chinaglia, após
consultar os parlamentares por
telefone. Logo em seguida, deputados tucanos protestaram
pela forma como foi feita a consulta e até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nota considerando o
anúncio precipitado.
Ontem, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima
(PSDB), engrossou o coro dos
descontentes. Em visita ao Palácio do Planalto para uma reunião com a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil), Cunha
Lima afirmou ter sido "surpreendido" pelo anúncio de
apoio ao candidato do PT e reclamou que a bancada não foi
consultada. Segundo ele, nenhum dos três deputados do
PSDB da Paraíba foi ouvido.
O governador contou que ligou para Serra para questionar
se havia realmente um acordo
com petistas segundo o qual,
em troca do apoio a Chinaglia,
elegeriam um aliado do tucano
à presidência da Assembléia
Legislativa. "Liguei para o Serra, ele me disse que não tem nada a ver com isso. Falei: me avise, porque aí eu vou fazer composição também."
Na sexta-feira, Serra já tinha
sugerido a Jutahy que a decisão
fosse submetida aos deputados,
em reunião. Dos Estados Unidos, Aécio telefonou para os deputados de Minas recomendando que a adesão fosse avalizada pela bancada, pondo um
ponto final aos ruídos.
Antes, Aécio recebeu um telefonema de Tasso Jereissati.
Na conversa, Tasso teria defendido a convocação da Executiva
Nacional. Embora a avaliação
seja de que o apoio ao petista
teria vitória na Executiva, vigora no tucanato o argumento de
que esse é uma assunto restrito
à bancada na Câmara.
"A bancada é soberana. E tenho convicção de que o resultado da consulta por telefone será
ratificada", disse Jutahy.
Aécio e Serra preferem que a
reunião seja feita de imediato,
nesta semana, encerrando a repercussão sobre o assunto. Mas
como alguns deputados estão
no exterior, a reunião foi convocada para a próxima semana.
Um dos temores com a demora em oficializar a posição
do PSDB é que uma terceira
candidatura, lançada pelo chamado "Grupo dos 30" - que
reúne parlamentares de diversas legendas - acabe por atrair
tucanos ávidos por publicidade.
Nesse caso, o PSDB poderia ficar fora da mesa diretora.
Colaborou a Sucursal Brasília
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